Publicada em 09/06/2017 às 07h04.
Cidades atingidas pelas chuvas cumprem orientação do MPPE e cancelam festas de São João
Ministério Público e Amupe recomendam suspensão de festejos em 27 áreas em situação de emergência.

Moradores de Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco, limpam casas e ruas após enchentes que destruíram a cidade (Foto: Reprodução/TV Globo)

 

As prefeituras de 27 cidades que tiveram situação de emergência decretada pelo governo de Pernambuco por causa das chuvas e enchentes registradas no fim de maio e no início deste mês devem cancelar os festejos juninos para evitar o uso desnecessário e indevido de recursos públicos. Essa recomendação foi feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Até esta quinta-feira (8), confirmaram a suspensão das festividades Rio Formoso , Ribeirãoe Barreiros, na Zona da Mata Sul.


No estado, seis pessoas morreramduas no Recife, duas em Caruaru e duas em Lagoa dos Gatos, no Agreste. De acordo com o balanço divulgado pelo governo do estado, nesta quinta, Pernambuco registra 3.296 pessoas abrigadas em prédios públicos e 36.008 deslocadas para residências de parentes e vizinhos. Ao todo, são 39.304 moradores afetados pelas enchentes e chuvas.


A recomendação do Ministério Público foi feita na quarta-feira (7), durante reunião realizada pelo procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, com gestores das cidades atingidas. Segundo ele, o estado de emergência não é um salvo conduto para o gasto desenfreado de dinheiro público.


Para Barros, não faz sentido um município solicitar recursos federais e estaduais, ter centenas de pessoas desalojadas e realizar festa. Quem descumprir a recomendação, terá que explicar ao MPPE.


"Precisamos deixar bem claro: o Ministério Públiuco não proíbe as festas. Se um particular quiser promover eventos, terá todo o direito. O que não podemos admitir é uma prefeitura de cidade realizar São João depois de ter pedido verba estadual e federal para ajudar deabrigados. Quem fizer isso, vai ter que responder por improbidade e até por crime", declarou Barros.


O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota, reforçou a recomendação para o cancelamento das festas. Embora reconheça a importância das comemorações para a cadeia produtiva nas cidades do interior, ele afirma que não há como realizar eventos com custos elevados.


Em Barreiros, moradores começaram a fazer a limpeza (Foto: Camila Torres/TV Globo)Em Barreiros, moradores começaram a fazer a limpeza (Foto: Camila Torres/TV Globo)

Em Barreiros, moradores começaram a fazer a limpeza (Foto: Camila Torres/TV Globo)


Cidades


Em Rio Formoso, a chefia de gabinete da prefeitura informou, nesta quinta-feira, que as festas juninas foram suspensas. Seriam realizados eventos no São João e São Pedro. “Também cancelamos a festa de emancipação da cidade, marcada para domingo (11)”, informou o chefe de gabinete Laudenildo Filho.


O prefeito do Ribeirão, Marcello Maranhão,divulgou nota suspendendo as comemorações do São João. Mais de 4 mil pessoas ficaram desabrigadas e desalojadas na cidade.


Barreiros foi a primeira cidade a anunciar o cancelamento dos festejos. A informação foi divulgada no sábado (3). De acordo com a prefeitura, os recursos que seriam utilizados nas festas juninas serão gastos em remédios, alimentos e utensílios para as vítimas e em obras de recuperação do município.


A Prefeitura de Sirinhaém informou, nesta quinta, que aguarda um posicionamento do Ministério Público sobre a realização dos festejos juninos. Como o MPPE já fez a recomendação, a administração municipal disse que vai tomar a decisão ainda nesta quinta.


Irregularidades


O MPPE também está atuando para coibir possíveis irregularidades no uso dos recursos enviados para ajudar as vítimas das chuvas e enchentes. Em Ribeirão, na Mata Sul, o promotor de Justiça Marcelo Greenhalgh Santos instaurou dois procedimentos para apurar denúncias na distribuição de cestas básicas no município.


O primeiro, um inquérito civil, visa investigar denúncia sobre a aquisição, por parte da prefeitura, de 10 mil cestas básicas ao custo de R$ 650.600. O segundo é uma requisição de documentos, pede a relação das dispensas de licitação feitas desde a decretação de calamidade.


A Prefeitura de Ribeirão explicou que, com o município em estado de emergência, "no sentido de resguarda-se preparou o processo em caráter emergencial", mas que não precisou recorrer a compra das Cestas básicas, "porque o município tem recebido doações do Governo de Pernambuco, empresas privadas, igrejas, escolas, municípios vizinhos e a população pernambucana que de forma solidária tem ajudado nossa gente doando alimentos, água, colchões e roupas".


Chuvas em Pernambuco - Mais de 40 mil fora de casa (Foto: Editoria de Arte/G1)
Chuvas em Pernambuco - Mais de 40 mil fora de casa (Foto: Editoria de Arte/G1)


Medidas


Na quarta (31), o governador Paulo Câmara visitou as cidades de Catende e Ribeirão, na Zona da Mata Sul, para acompanhar o planejamento de ajuda humanitária às famílias desalojadas e de limpeza das áreas atingidas pela água, feito por 'gabinetes de crise' instalados nos dois municípios.

Na segunda (5), o governo de Pernambuco divulgou um balanço dos danos causados pelas chuvas. Ao todo, 498 residências ficaram totalmente destruídas e outras 6.841 ficaram danificadas em 31 municípios.


Solidariedade


Para ajudar as famílias que perderam praticamente tudo nas enchentes, diversas instituições e entidades realizam arrecadação de alimentos não perecíveis e objetos de higiene pessoal. Há pontos de coleta no Recife, em Olinda e nos 15 campi do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).


G1

Os comentários abaixo não representam a opinião do Portal Nova Mais. A responsabilidade é do autor da mensagem.
TODOS OS COMENTÁRIOS (0)



Login pelo facebook
Postar
 
Curiosidades
Policia
Pernambuco
Fofoca
Política
Esportes
Brasil e Mundo
Tecnologia
 
Nova + © 2024
Desenvolvido por RODRIGOTI