Publicada em 02/02/2023 às 08h29.
Galo Gigante do Recife homenageia ancestralidades afro-brasileiras; confira o croqui da alegoria
Escultura terá dreadlocks na crista e pinturas inspiradas na cultura negra .

Croqui do Galo Gigante 2023 / Reprodução: Folha-PE.
Depois de dois anos longe das ruas, por causa da pandemia
de Covid-19, o Galo Gigante, um dos maiores símbolos do
Carnaval de Pernambuco, voltará a ocupar a Ponte Duarte Coelho, no
Centro do Recife, durante o carnaval 2023.
Para o retorno, a alegoria se vestirá da cultura
afro-brasileira. Intitulada “Galo Preto Ancestral”, a obra de arte presta uma
homenagem às ancestralidades africanas e será influenciado por elementos
étnicos, afrofuturistas e pelo movimento afropunk. O design deste ano,
concebido pelo artista plástico Leopoldo Nóbrega e pela designer Germana
Xavier, foi apresentado nesta quarta-feira (1º), em coletiva de imprensa
promovida pela Prefeitura do Recife.
A escultura, composta de mais de sete toneladas de insumos, terá mais de 28
metros de altura e começará a ser instalada na noite do dia 16 de fevereiro. O
Galo usará dreadlocks com fitas coloridas na crista e uma roupa adornada por
pinturas étnicas inspiradas na cultura afro. Nas asas, a escultura terá
detalhes em dourado em referência à orixá Oxum, divindade cultuada no candomblé
e também na umbanda.
No pescoço, o Galo será adornado com um colar estilo gargantilha africana. O
conceito abordará, ainda, as diversidades de gênero; na cauda, a alegoria trará
mosaicos com as cores da bandeira LGBTQIA+.
A confecção do Galo Gigante, o ateliê e espaço cultural
Arte Plenna, de Leopoldo Nóbrega, reuniu mais de 150 mulheres artesãs de
diferentes lugares de Pernambuco. A preocupação com questões ambientais também
está presente no projeto, que será composto por 90% de materiais e recicláveis.
Leopoldo Nóbrega, que já assinou o conceito da alegoria gigante em 2019 e 2020,
explica que o tema “traz a oportunidade de sermos gratos à nossas raízes e
trazer isso para um momento de inclusão e transformação”. “O Carnaval é
tradição, então que seja uma tradição inclusiva, que conta nossa história e nos
faz ser mais fortes dentro dessa experiência de ocupação do Recife”, completou
o artista.
Esta será a primeira vez que o Galo homenageará as tradições afro-brasileiras.
Ricardo Mello, secretário de Cultura do Recife, destacou o ineditismo e
reiterou que o conceito evoca “uma mensagem de afirmação”. “A gente quer um Carnaval
da liberdade, do respeito, dos reencontros, uma festa que seja um momento de
afirmação de valores”, disse o secretário.
FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO.
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