Pais de alunos de uma escola de Sobradinho, no Distrito Federal, doaram galinhas para tentar combater uma infestação de escorpiões no local. Elas servem como predadoras das pragas que tomaram conta do Centro de Educação Infantil 4 e ajudam a prevenir acidentes com o aracnídeo. A instituição oferece os serviços de pré-escola e atende 160 crianças com 4 e 5 anos.
Pelo menos seis galinhas “trabalham” na escola, que teve a piscina e o parquinho interditados. “Eles [os escorpiões] aparecem de manhã, sempre no parquinho e na área do parquinho”, disse a diretora da instituição, Marley Dias. Por isso, as crianças só podem brincar na área interna do estabelecimento.
Por conta da presença do artrópode, os estudantes chegaram a ficar três dias sem aula. As atividades voltaram ao normal, mas em período reduzido. A Vigilância Sanitária sugeriu a interdição do espaço e recomendou a retirada de areia e pneus dos parquinhos.
A Novacap – companhia que cuida da manutenção pública do Distrito Federal – podou árvores e limpou terrenos baldios para evitar o surgimento de escorpiões. O órgão também começou a construção de uma mureta ao redor da escola e vai retirar retirar a grama do local.
Segundo a assessora da Regional de Ensino de Sobradinho, as medidas são suficientes para resolver o problema. “De acordo com a Vigilância Sanitária, todas as obras já estão sendo realizadas. Terminamos em 90 dias. Isso deve controlar a infestação.”
Ao fim da obra, a Vigilância Sanitária vai fazer uma nova vistoria. Se a escola for liberada, as aulas voltam ao período normal, de cinco horas de ensino por dia.
Prevenção e cuidados
O número de acidentes domésticos envolvendo escorpiões no Distrito Federal cresceu 11,4% em 2016 na comparação com o mesmo período do ano passado, apontam dados da Vigilância Ambiental. Entre janeiro e março, foram 244 ocorrências neste ano, contra 219 em 2015. Em todo o ano anterior, foram 914 casos.
O escorpião amarelo é a espécie mais comum encontrada em área urbana no DF e em todo o país. A depender da quantidade de veneno liberada e da idade da vítima, a picada pode ser fatal. O animal tem hábitos noturnos e costuma se esconder em áreas escuras.
A farmacêutica do Centro de Informações Toxicológicas do DF Sandra Márcia da Silva afirma que o escorpião ataca como um mecanismo de defesa. "O escorpião vai picar a partir do momento que você pressioná-lo. Você vai calçar um sapato e introduz o pé onde ele está, você vai pressioná-lo e a resposta dele é a picada", explica.
Segundo especialistas, uma boa forma de manter a casa livre de escorpiões é manter os ralos dos banheiros fechados. Se não houver um mecanismo próprio, pedaços de borracha ou plástico podem ser usados para vedar o buraco.
Na maior parte dos casos, o acidente é leve e os sintomas são apenas locais, como inchaço na área e formigamento. Nestas ocorrências, o paciente fica em observação no hospital e não precisa tomar o soro escorpiônico. Em alguns casos, no entanto, o veneno pode causar danos ao pulmão e alterar a frequência cardíaca.
Sandra explica que, em caso de acidente, o paciente deve lavar bem o local da picada e, se possível, aplicar uma compressa de gelo para aliviar a dor. Em seguida, é preciso se dirigir a uma unidade de saúde do DF – a exceção é o Hospital de Base, que não tem atendimento de clínica médica.
G1