Mesmo com a crise econômica que atinge o país e repercute financeiramente nos estados e municípios, Maragogi, um dos principais polos turísticos de Alagoas, consegue manter o fluxo de visitantes em alta durante todo o ano. Mesmo na baixa temporada, que corresponde ao período que vai de abril até agosto, mais ou menos, a maioria dos hotéis e pousadas da cidade continuam com um número considerável de turistas.
Estatísticas de associações relacionadas ao serviço de hospedagem da cidade, e de alguns municípios próximos, como Paripueira, Japaratinga e Passo do Camaragibe, indicam a manutenção ou o aumento da ocupação turística no Litoral Norte de Alagoas.
De acordo com dados do setor administrativo e financeiro da Costa dos Corais Convention e Visitors Bureau (CCC&VB), a média de ocupação de 2015 para os meses de março a agosto de 2015 foi de 53%, enquanto a de 2016 apenas para os meses de março e abril, início da baixa temporada, é de 57,14%. Se comparado a março e abril do ano passado, que obteve uma média de ocupação de 55,27%, é possível constatar um crescimento de quase 2% neste período. Os números consideram Maragogi, Japaratinga e Passo do Camaragibe.
Com 51 associados – empreendimentos que vão de Maragogi a Paripueira, entre hotéis, pousadas, restaurantes, receptivos e pequenos negócios ligados à cadeira turística –, a CCC&VB é uma das entidades mais ativas na região. De direito privado, a organização sem fins lucrativos, tem como principal função consolidar e representar o trade turístico da Costa dos Corais, com a realização de ações de turismo sustentável no Litoral Norte do estado.
Para a presidente da entidade, Vergínia Stodolni, o crescimento de ocupações observados ao longo dos anos é um reflexo do trabalho de promoção do destino por iniciativas privada e pública, que hoje é um dos mais procurados por viajantes nacionais e internacionais. “Isso fez de Maragogi um destino consolidado. Ao longo dos anos, o cenário de ocupação mudou e hoje o turismo é a principal atividade econômica do município. O turismo por aqui mudou a vida de muitas pessoas, que hoje tiram seu sustento com as atividades voltadas para o setor”, explicou. Mesmo com o cenário nacional negativo, segundo Stodolni, a expectativa para a alta temporada, de setembro a fevereiro, é “a melhor possível”, pelo crescimento observado nas ocupações da baixa temporada.
A mesma visão é compartilhada pelo gerente geral do Grupo Salinas de Hotéis e Resorts, Ricardo Almeida, que aponta a manutenção da média de ocupação dos empreendimentos hoteleiros ligados ao grupo. “Nos meses de maio e junho de 2015, a ocupação foi de 90% e tudo indica, pelo movimento de maio deste ano, que essa média se manterá até junho”, especificou. Em julho, entretanto, segundo Ricardo Almeida, essa média ainda aumenta. Por causa das férias escolares, muitas famílias escolhem viajar neste mês, a ocupação chega a 95% nos hotéis e pousadas do município.
Segundo Almeida, a manutenção da média de ocupação está relacionada também a promoção dos serviços ofertados pelos hotéis e pousadas do grupo. “Temos um amplo trabalho de divulgação da rede Salinas nas redes sociais, investimos nessa promoção tanto do destino quanto dos nossos hotéis e pousadas e temos recebido um ótimo retorno. Chegamos a mais de um milhão de seguidores no Facebook, por exemplo. Também observamos que 40% das pessoas chegam por indicação ou estão retornando”, contou.
A maior parte dos visitantes, cerca de 80%, de acordo com Almeida, é das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Já os visitantes regionais chegam a 20% e ocupam as hospedagens principalmente nos fins de semana e feriados. O gerente também observou o aumento do público internacional que chega ao destino, principalmente argentinos, uruguaios e chilenos, que correspondem entre 7% a 8% dos turistas hospedados no Salinas.
Quanto a hotéis e pousadas de pequeno porte que não estão associadas a nenhuma dessas entidades e não possuem um setor específico para realizar o balanço das ocupações voltadas para as temporadas e os respectivos fluxos turísticos, a secretária de Turismo de Maragogi, Mariana Gorenstein, destacou que “a promoção realizada pela secretaria do município é com relação ao destino Maragogi, um trabalho que vem sendo realizado há anos para que ocorra essa minimização do impacto da sazonalidade no turismo local e que têm surtido efeito. Quando divulgamos nossos atrativos turísticos em feiras e eventos nacionais e internacionais, todos ganham, do grande hotel ao tirador de coco”.
Além da divulgação do destino por meio de participação da secretaria em feiras voltadas para o setor, com o apoio do Governo do Estado, Mariana também atribui a essa minimização da diferença entre o fluxo turístico da alta e baixa temporada as diversas promoções que as operadoras realizam na internet, com a oferta de pacotes de preços mais acessíveis, o contato com a mídia especializada no setor e o trabalho de alcance nas redes sociais. “Mantemos essas ações durante todo o ano, com a divulgação de atrativos e passeios turísticos, das belezas naturais, dos produtos originalmente fabricados na cidade, além de eventos de grande repercussão, como é o Festival da Lagosta”, pontuou.
GW