Publicada em 07/06/2016 às 07h38.
Na contramão da crise, mercado de TI no Brasil cresceu 9,2% em 2015
No ranking de investimento no setor de TI na América Latina, o país se manteve em 1º lugar.

A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), em parceria com o IDC, divulgou nesta segunda-feira (6) um relatório que mostra que, mesmo com a atual crise política e econômica, o mercado de TI no Brasil, incluindo hardware, software e serviços, aumentou 9,2% no ano passado, contra os 5,6% da média global de crescimento.

 

No ranking de investimento no setor de TI na América Latina, o país se manteve em 1º lugar, com 45% dos investimentos da região, somando US$ 59,9 bilhões, seguido por México (20%) e Colômbia (8%). Ao todo, a região latino-americana soma US$ 133 bilhões. Responsável por quase metade dos investimentos em TI na região, o Brasil continua na liderança relevante na América Latina neste setor.

 

Já no mundo, os investimentos neste mercado somaram US$ 2,2 trilhões em 2015. Ao fragmentar os investimentos por setor, o mercado de serviços de TI no Brasil cresceu 8,2%, em relação ao ano de 2014, com investimento de U$ 14,3 bilhões, e o de software, que foi o responsável pelo aumento da média da taxa de crescimento de TI no ano passado, cresceu 30,2%, com investimentos de U$ 12,3 bilhões.

 

Além disso, o mercado de hardware brasileiro bateu a marca de U$ 33,4 bilhões, representando um crescimento de 6,3%, o menor entre os três setores.  “A participação dos investimentos em hardware dentre o total ainda é próximo a 56%, mas a participação em software e serviços vem crescendo ano a ano, devendo superar a participação de 50% no total, conforme o Brasil for aumentando o seu grau de maturidade”, comenta Jorge Sukarie, presidente do Conselho da ABES.

 

Considerando os investimentos em TIC (TI + Telecom), que cresceram 4,3% no ano passado e somaram mais de US$ 3,7 trilhões, o Brasil perdeu uma posição, e agora aparece em 6º lugar no ranking mundial deste mercado, com investimentos de US$ 152 bilhões no ano de 2015. No entanto, ainda fica próximo a países que são destaques na economia mundial, como Alemanha (5°) e Reino Unido (4°). Os Estados Unidos lideram também este ranking, seguidos pela China e pelo Japão.

 

No mercado mundial de investimentos em software e serviços, que totalizou US$ 1,124 trilhão, o Brasil se coloca na 8ª posição, com US$ 27 bilhões, antecedido pelo Canadá (US$ 32 bi), China (US$ 34 bi), França (US$ 48 bi), Alemanha (US$ 67 bi), Japão (US$ 77 bi), Reino Unido (US$ 83 bi) e Estados Unidos (US$ 470 bi). Mercado de software e serviços no Brasil Considerando o território brasileiro, a região sudeste representa 60,44% da distribuição regional do mercado de TI do país.

 

As regiões Nordeste (10,72%) e Centro-Oeste (10,64%) seguem em segundo e terceiro lugar, respectivamente. No ano de 2015, foram identificadas 13.951 empresas atuando no mercado brasileiro de software e serviços, sendo que quase metade delas (41,1%) são dedicadas à distribuição e comercialização desses recursos.

 

As outras representam empresas de desenvolvimento e produção (31,6%) e prestação de serviços (27,3%). Já as empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção totalizam 4.408 negócios e podem ser dividas por porte, sendo: microempresas (45,62%), pequenas (49,02%), média (4,33%) e grandes empresas (1,03%).


Tendências para o mercado brasileiro em 2016

 

 

 

A pesquisa aponta que a relação entre TI e a área de negócios das empresas irá se estreitar ainda mais, gerando a digitalização dos processos e integração das linhas de produção. Cerca de 54% das médias e grandes empresas no Brasil irão realizar investimentos na chamada Transformação Digital (DX) em 2016. Além disso, as vendas de dispositivos tecnológicos permanecerão em alta, apesar das quedas recentes. Estima-se que no Brasil serão adquiridos, em 2016, 40 milhões de telefones móveis, 6 milhões de computadores e 5 milhões de tablets.

 

O levantamento ainda demonstra que, com a visibilidade da Internet das Coisas alcançada em 2015, o setor deve atingir US$ 4,1 bilhões só no Brasil, sendo que US$ 37 milhões correspondam apenas a dispositivos domésticos. Outro fenômeno que chama atenção é o aumento de transações financeiras realizadas via mobile: os valores devem superar 30% do total de pagamentos realizados em 2016.

 

O estudo mostra que a preocupação com segurança dos sistemas também crescerá pelo menos em 2% do orçamento total em TI. O desafio será encontrar o equilíbrio adequado entre a eficiência que a mobilidade traz para as empresas com um maior controle sobre a sua utilização. Em 2016, cerca de 50% das companhias irão restringir o uso de BYOD (bring your own device) e mais de 70% delas terão alguma maneira de controle das tarefas realizadas nesse contexto de mobilidade que caracteriza o século XXI. Poucas tecnologias terão o crescimento que será experimentado por Cloud Computing: até o final da década, haverá crescimento de 20% por ano na adoção desse tipo de solução.

 

A busca pelo aumento dos lucros e pela diferenciação frente à concorrência, devido à atual crise econômica, gera maior interesse em engajamento por meio de mídias sociais e experiência do usuário (CX). Segundo a pesquisa da IDC, em 2016, uma em cada quatro empresas já terão dado início a projetos com esse foco. A busca por eficiência nos negócios, produtividade e competitividade em empresas de todos os mercados da economia irá fazer com que a Tecnologia da Informação continue a ser um setor estratégico.

 

A expectativa para 2016, apesar do cenário desafiador no Brasil, é a de que este segmento cresça 3,0% contra um crescimento médio mundial de 2,4%, e o de TIC aumente um pouco menos, algo em torno de 2,6%. Para Jorge Sukarie, presidente do Conselho da ABES, os números do estudo indicam que, apesar de todos os desafios econômicos e políticos que o Brasil deve enfrentar, em 2016, ainda assim, o país terá um setor de TIC com um crescimento comparado aos países que experimentarão as maiores taxas de crescimento nestes investimentos. "O uso da tecnologia pode trazer ao Brasil as condições necessárias para que se ganhe produtividade, competitividade e a eficiência que serão necessários para enfrentarmos nossos desafios", comenta Sukarie.

 

 

Canaltech

 

 

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