Caso tenha continuidade nos próximos meses, a falta de recursos da União para obras de infraestrutura pode atrapalhar o cronograma da Parceria Público-Privada (PPP) do saneamento.
Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), o projeto estadual que pretende sanear 90% da Região Metropolitana do Recife até 2025 ainda não foi afetado pelo fim dos repasses federais, que tem atrasado obras como a Transposição do Rio São Francisco. Porém, é possível que o andamento seja comprometido em breve.
“A PPP é um conjunto de obras do parceiro público e do parceiro privado. E, na hora que não faço obras como o saneamento do Recife e do Paulista, que são de responsabilidade do parceiro público, atraso o cronograma de implantação do parceiro privado”, explicou o presidente da Compesa, Roberto Tavares, após reunião com o governador Paulo Câmara e o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
Na ocasião, o Estado pontuou as prioridades junto ao ministério das Cidades, com destaque para as áreas de mobilidade, habitação e saneamento. “Pernambuco tem hoje apenas 21% do seu território saneado e a gente tem uma estratégia para, nos próximos dez anos, sanear cerca de 75%, dos quais 90% na Região Metropolitana. É uma meta ousada, mas necessária [...] e o ministro vai nos ajudar no tocante das metas que envolvem recursos da União”, disse Câmara.
A parceira é necessária, segundo Tavares, porque muitas das obras de saneamento que são financiadas pelo Governo Federal estão paradas por falta de verbas. Avaliado em R$ 1 milhão, o pacote inclui serviços como o esgotamento do Paulista, Olinda e da Zona Sul do Recife.
São obras que não fazem parte do plano da PPP do Saneamento, mas, se incompletas, comprometem o andamento das obras do parceiro privado, a Odebrecht Ambiental. O presidente da Compesa disse ainda que, apesar das investigações da Lava Jato, a empresa continua cumprindo com as obras. Ele ainda prometeu apresentar um balanço do projeto no fim do mês, quando a PPP completa três anos de execução.
Folha PE