Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o reajuste do FGTS / Agência Brasil.
O Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu, na quarta-feira (12), que os saldos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem ser corrigidos, no mínimo, por
percentuais iguais aos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
índice oficial de inflação.
Os ministros acordaram que a mudança não terá
efeitos retroativos.
A decisão é uma vitória para o governo, que chegou a um acordo com centrais sindicais e conseguiu evitar a obrigação de fazer a correção pela caderneta de poupança.
O impacto neste caso seria de R$ 31 bilhões em 15 anos,
segundo cálculos apresentados pela União.
Atualmente, o FGTS tem correção de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR).
Veja como votou cada ministro:
Reajuste pela poupança
Luís Roberto
Barroso - "O meu ponto de vista é que não se deve remunerar a
poupança do trabalhador por valor inferior ao da caderneta de poupança, porque
considero que isso é um confisco."
André Mendonça
- "Eu, neste ponto, acho que estou mais social
do que liberal. Não por vontade própria, mas por ver na Constituição, no artigo
7º, um mandamento que impõe essa vinculação."
Edson Fachin - "É possível, e até necessário, ter a
consideração do impacto (financeiro) das decisões. Nada obstante, a
consequência não deve ser necessariamente uma premissa, ela deve iluminar a
decisão, mas não pode condicioná-la."
Kassio Nunes
Marques - "A correção do valor do saldo assume importância
fundamental para o trabalhador. O poder público não pode, simplesmente, deixar
de corrigir o saldo."
Manter a remuneração
atual
Cristiano
Zanin - "O FGTS não se confunde com aplicação financeira."
Alexandre de
Moraes - "O direito ao FGTS é um direito social, mas não de
natureza estritamente patrimonial."
Dias Toffoli - "O financiamento popular é a função social do
fundo de garantia, que foi criado exatamente para ser um fundo de
infraestrutura urbana. Até hoje, a população trabalhadora, mais pobre, tem
acesso à habitação via financiamento do FGTS e via juros subsidiados. Então, na
verdade, há uma repartição de solidariedade entre os próprios trabalhadores
para que aqueles com menos condições econômicas e sociais tenham acesso à casa
própria."
Gilmar Mendes
- "Se tem um campo em que se recomenda
fortemente a autocontenção (do Poder Judiciário) é em relação à economia e às
finanças públicas."
Manter a forma
atual desde que a correção alcance o IPCA
Flávio Dino - "Responsabilidade fiscal é um direito
fundamental do cidadão, sem o qual não existem políticas sociais O Judiciário
deve evitar a criação de novas despesas obrigatórias. Essa é uma diretriz
hermenêutica da vida brasileira, em que a sustentabilidade fiscal é um imenso
desafio "
Cármen Lúcia - "Todos estão empenhados em garantir, não
apenas a estrutura e manutenção do fundo, mas a função social a que ele se destina,
basicamente habitação a quem mais precisa."
Luiz Fux - "Nós não podemos ser mais realistas do que o
rei. O governo defendeu na tribuna do Supremo e esclareceu que o IPCA é mais
adequado que o IPC Poupança. “Garantindo a governabilidade e protegendo o
direito do trabalhador, eu entendo que a proposta da União é irrecusável.”
FONTE: FOLHA PE.