Programa Voa Brasil / Foto: Divulgação.
O governo federal vai lançar
nesta quarta-feira (24), o programa Voa Brasil, que deverá proporcionar
passagens aéreas de até R$ 200. A primeira fase deverá ser focada somente em
aposentados. Cerca de 23 milhões podem ser beneficiadas.
A medida, segundo o governo,
visa "permitir que mais brasileiros, especialmente novos usuários, tenham
acesso ao mercado aéreo do Brasil".
Inicialmente, o governo previa
que o público do programa seria mais amplo e também incluiria alunos do
Programa Universidade Para Todos (Prouni) – de bolsas universitárias para
alunos de baixa renda.
Porém, o governo federal quer,
primeiro, avaliar o resultado da oferta de passagens.
No primeiro ano, devem ser colocados à venda 3 milhões de bilhetes. A previsão mais recente é que o Voa Brasil seja lançado até o fim de julho, mas esse prazo ainda depende de aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para ter direito à compra, o
aposentado não pode ter viajado de avião nos últimos 12 meses.
Será criado site para
facilitar a busca pelos bilhetes oferecidos a até R$ 200 pelo trecho e, segundo
integrantes do governo envolvidos nas discussões, o aposentado precisará
entrar com o cadastro do gov.br. Com base nessas informações, o sistema já
saberá se a pessoa viajou de avião ou não no último ano.
Quando encontrar uma passagem
que deseja, o aposentado será redirecionado pelo portal para o site da própria
companhia aérea, já na parte para finalizar a compra.
Essa foi uma forma encontrada
para dar mais segurança e evitar que essas pessoas sejam vítimas de golpes.
O governo chegou a pensar em
limitar o programa a quem recebesse até dois salários mínimos. Mas cerca de 85%
dos aposentados já estão dentro desse critério.
Acordo com companhias
Não haverá gasto de dinheiro
do Orçamento federal para reduzir o custo das passagens para quem comprar pelo
Voa Brasil.
O trabalho do governo foi
costurar com as companhias áreas um acordo para que ofereçam os bilhetes a esse
preço para quem não viajou nos últimos 12 meses.
O argumento do governo é que
essas pessoas vão ocupar vagas ociosas nos aviões.
Segundo dados levantados por auxiliares do presidente Lula, a aviação civil movimentou aproximadamente 112 milhões de passageiros no ano passado.
Desse total, cerca de 12% (mais de 13
milhões) das passagens foram vendidas por até R$ 200.
A expectativa é que os 3
milhões de bilhetes do Voa Brasil façam essa fatia crescer, pois as empresas
aéreas ocupariam os lugares vazios nos aviões com aposentados que não costumam
viajar.
Atraso
O Voa Brasil foi anunciado em
março de 2023 pelo então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que
deixou a pasta sem lançar o programa. Silvio Costa Filho assumiu o ministério
em setembro e, em dezembro, disse que a iniciativa só sairia do papel em 2024.
França assumiu, no início
deste ano, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte.
O Voa Brasil vem sendo discutido pelo governo desde o ano passado, mas ainda não saiu do papel. O assunto voltou a ser tratado entre o Ministério de Portos e Aeroportos e a Casa Civil nos últimos dias. A expectativa é que, após o aval de Lula, o programa seja lançado e comece a funcionar logo em seguida –talvez até no mesmo dia.
FONTE: G1.