Publicada em 23/08/2024 às 08h49.
IBGE prevé pico populacional do Brasil em 2041; após esse ano, população começará a diminuir e envelhecer rapidamente
Os dados estão na pesquisa Projeções das Populações, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


A população do Brasil deve alcançar seu máximo de 220.425.299 habitantes em 2041, de acordo com a mais recente pesquisa Projeções das Populações, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 22. Após esse ponto, a população começará a diminuir, prevendo-se uma redução para 199.228.708 até 2070. Isso indica que, em menos de duas décadas, o país enfrentará um crescimento negativo, com o número de mortes superando o de nascimentos e uma aceleração no envelhecimento populacional.


O estudo revela que o Brasil está prestes a entrar em um período de crescimento negativo, com os primeiros estados a experienciar essa mudança sendo Alagoas e Rio Grande do Sul em 2027, e o Rio de Janeiro em 2028. São Paulo só deve registrar essa inflexão em 2037, enquanto Santa Catarina e Roraima serão os últimos, com a mudança ocorrendo em 2064.

O envelhecimento populacional, uma tendência identificada pelo IBGE há décadas, está projetado para se consolidar nos próximos 20 anos, marcando o fim do bônus demográfico, um período em que a proporção de jovens em relação aos idosos era favorável ao crescimento econômico. A proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023, e deverá atingir cerca de 37,8% até 2070. Em contraste, a porcentagem de crianças de 0 a 14 anos caiu de 24,1% em 2000 para 19,8% em 2022, uma diminuição significativa em relação aos 38,2% registrados em 1980.


A idade média da população também está aumentando, passando de 28,3 anos em 2000 para 35,5 anos em 2023, e deverá chegar a 48,4 anos até 2070. "Até 2070, nossa pirâmide populacional estará totalmente invertida", comentou Márcio Mitsuo Minamiguchi, pesquisador do IBGE. "Essa mudança indica que deixaremos de ser um país jovem para nos tornarmos uma nação com uma estrutura populacional mais envelhecida."


O Censo 2022 já havia sinalizado uma desaceleração no crescimento populacional, com a taxa média anual caindo para 0,52% entre 2010 e 2022, a mais baixa desde o primeiro levantamento populacional do Brasil em 1872.

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