Em entrevista ao canal CNN Brasil nesta segunda-feira, 26, o influenciador Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, fez um apelo para que o partido seja "limpo" de possíveis infiltrações do crime organizado. Marçal sugeriu uma "campanha nacional" para investigar e remover membros suspeitos de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que teriam influência dentro da legenda.
A declaração de Marçal segue após revelações de que o ex-presidente estadual do PRTB de São Paulo, Tarcísio Escobar de Almeida, foi indiciado por tráfico de drogas e associação ao crime organizado. Além disso, o presidente nacional do partido, Leonardo Avalanche, foi mencionado em áudios relacionados ao PCC. Em resposta a esses casos, Marçal pediu a intervenção das autoridades policiais para resolver a situação.
“Se há pessoas do PCC no meu partido, peço à Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Militar que ajam imediatamente. Quero fazer uma campanha nacional para ajudar a limpar o PRTB. Se o partido é pequeno, o que o PCC está fazendo lá?” afirmou Marçal.
O candidato também criticou o conceito de "bolsonarismo", alegando que foi um termo criado pela esquerda para associar o crescimento do conservadorismo a Jair Bolsonaro (PL). Marçal afirmou que tanto ele quanto Bolsonaro não controlam o movimento conservador e insinuou que Bolsonaro, por causa de pressões internas do PL, teria apoiado o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.
Em relação ao ex-presidente, Marçal declarou que não pretende se opor a Bolsonaro, a quem considera um "grande líder". No entanto, ele criticou o filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, e acusou-o de prejudicar a imagem do ex-presidente nas redes sociais.
Marçal também foi confrontado sobre uma condenação anterior por participação em um esquema de desvio de dinheiro, mas desviou a conversa e enfatizou que o caso ocorreu há mais de 20 anos e que não havia recursos para uma defesa adequada na época.
A entrevista foi marcada por momentos tensos, incluindo um bate-boca com a jornalista Clarissa Oliveira e questionamentos sobre a viabilidade de suas propostas, como a implementação de teleféricos em São Paulo.
Adicionalmente, Marçal está enfrentando a suspensão temporária de suas contas nas redes sociais, determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que alega abuso de poder econômico. Os advogados de Marçal entraram com um recurso para reverter a decisão, alegando que ele não financiou diretamente a produção de conteúdos para sua campanha.
A entrevista ressalta um momento de turbulência para Marçal, à medida que ele tenta se distanciar das acusações que envolvem seu partido e enfrenta desafios em sua candidatura.