Caso Boate Kiss, em Santa Maria (RS) / Foto: Divulgação.
Os quatro réus condenados pelo incêndio na Boate Kiss, ocorrido em Santa Maria (RS) em 2013, começaram a se entregar à polícia nesta segunda-feira (2), após decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a validade do júri que os condenou pela tragédia que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos.
Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate, Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda, e Luciano Bonilha Leão, auxiliar de palco, foram acusados de homicídio simples com dolo eventual. Eles receberam penas que variam entre 18 e 22 anos de prisão após o julgamento, considerado o mais longo da história do Judiciário gaúcho, mas estavam em liberdade desde 2022, quando a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o júri de 2021.
A decisão de Toffoli atendeu aos recursos do Ministério Público do Rio Grande do Sul e do Ministério Público Federal, determinando a prisão imediata dos condenados. As defesas dos réus afirmaram que foram pegas de surpresa pela reviravolta. O advogado Jader Marques, representante de Spohr, declarou que buscará "acesso ao que foi decidido e tomará as medidas cabíveis". Spohr já se apresentou à polícia e passará por audiência de custódia na terça-feira (3).
Luciano Bonilha também se apresentou voluntariamente em uma delegacia de Santa Maria, enquanto a defesa de Marcelo de Jesus dos Santos lamentou o que chamou de "julgamento antidemocrático" e afirmou que o caso será discutido nas esferas competentes. A defesa de Mauro Londero Hoffmann, por sua vez, anunciou que "cumprirá a decisão integralmente", mas que irá contestar nas instâncias cabíveis.
Durante o processo, as defesas pleitearam a absolvição dos réus ou a reclassificação das acusações para homicídio culposo — sem intenção de matar. No entanto, a manutenção das condenações pelo STF reforça a acusação de dolo eventual, onde os réus assumiram o risco de causar a tragédia.
FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO.