Hospital Oswaldo Cruz , no Recife / Foto: Divulgação.
Após oito anos, Pernambuco voltou a registrar um caso de raiva humana. Uma mulher de 56 anos, moradora da cidade de Santa Maria do Cambucá, no Agreste do Estado, foi mordida por um sagui e está internada em estado grave no Hospital Oswaldo Cruz, no Recife.
O laudo do exame demonstrou que o vírus encontrado na paciente é de origem silvestre. O episódio reacende preocupações sobre a doença, como evitá-la e os protocolos que devem ser seguidos para evitar a propagação.
A mulher, inclusive, teria procurado uma unidade de saúde do município, onde foi instruída a procurar um hospital regional para iniciar o tratamento com o soro.
Segundo autoridades de saúde do Estado, ela não teria seguido as recomendações.
O que é a raiva humana?
A raiva humana é uma doença viral infecciosa que
afeta o sistema nervoso central e pode ser fatal. É causada pelo vírus do
gênero Lyssavirus e se transmite por meio da saliva de animais infectados, que
penetra na pele ou mucosas de humanos por meio de mordidas, arranhaduras ou
lambeduras.
O exemplo em questão também ocorreu em Pernambuco, em 2008, quando Marciano Menezes da Silva, à época aos 16 anos, foi contaminado pela raiva humana após ser mordido por um morcego, em Floresta, no Sertão de Pernambuco. O jovem ficou internado de outubro de 2008 a setembro de 2009, se recuperando após tratamento.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, a raiva caracteriza-se como uma encefalite
progressiva e aguda. Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas
clínicos, que duram em média de dois a dez dias, como mal-estar geral, pequeno
aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta,
entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e convulsões.
“A doença causa alterações clínicas, com a pessoa podendo entrar em coma. No caso da mulher, é aguardar o organismo se restabelecer porque não existe um tratamento específico para a raiva”, reforçou.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico é feito por meio laboratorial. A medida mais eficaz contra a doença é a prevenção pela vacinação pré ou pós-exposição. Em caso de agressão de animais silvestres, a primeira medida de prevenção é procurar assistência médica para a realização da profilaxia.
"No primeiro contato com o animal, é preciso ir para uma unidade de saúde, seguindo o fluxograma da prevenção. Se for doméstico, o paciente será observado, com avaliação do ferimento e orientação para vacina. No caso dos silvestres, além da vacina, é preciso aplicar o soro, como se fosse um antídoto imediato contra o vírus. O fato de ela não ter tomado o soro fez com que a doença fosse desenvolvida. Caso contrário, talvez ela não tivesse adoecido", explicou a infectologista.
FONTE: FOLHA PE.