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Pernambuco alcançou crescimento de 4,6%, superior à média nacional na produção industrial em 2024, que foi de 3,1%. No Nordeste, o estado ficou em terceiro lugar entre as maiores expansões no setor, ficando atrás do Ceará (6,9%) e do Rio Grande do Norte (7,4%). Esse contexto de avanço foi influenciado pela indústria de alimentos e de bebidas, de acordo com dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, esse crescimento foi causado por dois fatores, a demanda interna, ocasionada pelo recuo do desemprego, e a demanda externa, reflexo da valorização do dólar.
“A queda do desemprego em Pernambuco foi responsável pelo aumento do consumo. Já a valorização razoável do dólar tornou os preços dos produtos produzidos em Pernambuco mais atrativos, o que aumentou as exportações. Alguns setores como o automotivo puxaram esse crescimento. Também tivemos o crescimento da indústria naval, na reparação do estaleiro, além da indústria de alimentos e bebidas. Alguns itens foram levados pelo aumento de exportação e outros levados pelo aumento do consumo pela diminuição da taxa de desemprego”, destacou o presidente da Fiepe.
Em relação ao setor de alimentos e bebidas, Bruno Veloso explica que ele é influenciado tanto pelo aumento da exportação, quanto pelo crescimento do consumo das famílias. “Com o aumento do dólar nós tivemos uma competitividade melhor para a nossa exportação e conseguimos colocar mais produtos à venda”, aponta o presidente da Fiepe. Ainda de acordo com ele, a indústria do açúcar e de frutas do Vale do São Francisco são alguns dos produtos de maior destaque nesse âmbito em Pernambuco.
Bruno Veloso aponta questões que devem atrapalhar o crescimento da indústria nos próximos meses, já que as taxas de juros mais altas e o aumento da inflação no país devem influenciar na redução do consumo. “Tudo isso está acontecendo por causa do desequilíbrio das contas públicas. São sinais econômicos que precisam ser tratados para que não haja uma perda desse crescimento da nossa atividade industrial”, disse.
PERNAMBUCO AINDA TEM ESPAÇO PARA CRESCER
Segundo o economista e professor universitário Paulo Alencar, o PIB de Pernambuco em 2024 foi o maior dos últimos 15 anos e cresceu quase 5% em relação ao último trimestre de 2023.
“O nosso PIB cresceu mais do que o PIB brasileiro, muito impulsionado pela indústria e teve fatores como a moeda americana mais cara, que fez com que o produto brasileiro e pernambucano ficasse mais barato”, ressalta.
O economista destaca também algumas ações do governo estadual para impulsionar o consumo como o Descomplica PE, além do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe), do Programa de Estímulo à Indústria do Estado de Pernambuco (Proind) e do PE Produz, que trouxeram investimentos para as indústrias do estado.
Para Paulo Alencar, Pernambuco deve seguir a mesma tendência que a do ano passado. “Teremos um dólar um pouco mais alto, isso vai continuar puxando as vendas, os produtos nacionais vão ficar mais baratos para vender e os importados mais caros. Com isso, as indústrias de exportação se beneficiam muito, como o polo automotivo, indústrias de exportação de gesso e de frutas, em Petrolina. No geral, Pernambuco deve continuar crescendo mais do que o país porque ele tem espaço para isso”, reforça.
INFRAESTRUTURA
O governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, desenvolveu políticas para fomentar o setor e o investimentos em obras de infraestrutura viária e portuária. Os aportes somam R$ 5,1 bilhões, por meio do programa PE na Estrada.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, os números representam os esforços do governo estadual para impulsionar a economia. “Esse crescimento acima da média nacional é fruto de um trabalho consistente, sob a liderança da governadora Raquel Lyra, para atrair investimentos e fortalecer a indústria local. Estamos trabalhando para cada vez mais oferecer um bom ambiente de negócios e investindo fortemente em obras de infraestrutura viária e portuária para ajudar em toda parte logística do escoamento da produção industrial. Setor industrial crescendo é geração de mais emprego e desenvolvimento para o nosso estado".
O setor industrial de Pernambuco abrange desde o Polo Automotivo até a indústria de alimentos e bebidas, que tem sido um dos principais fatores para esse desempenho positivo revelado pelo IBGE. Segundo Guilherme Cavalcanti, com a continuidade dessas políticas, Pernambuco deve seguir crescendo acima da média do país no setor industrial. "Fizemos um trabalho de escuta e mapeamos toda cadeia produtiva com potenciais para o estado. Este ano, temos grandes expectativas para a vinda de nossas indústrias para Pernambuco", anunciou Cavalcanti.
FONTE: FOLHA PE.