Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra / Foto: Divulgação.
Com a filiação ao Partido Social Democrático, marcada para as 18h55 desta segunda-feira (10), no Recife Expocenter, bairro de São José, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, vai enfrentar o desafio de dar musculatura à legenda. O PSD, que nas últimas eleições fez 20 das 184 prefeituras pernambucanas e na capital elegeu dois dos 37 vereadores, não tem deputados estaduais nem federais.
Para isso, levará algum tempo, já que os parlamentares só poderão migrar para a legenda, sem risco de perder o mandato, na chamada janela partidária, entre março e abril do próximo ano. Até lá a gestora vai trabalhar para atrair prefeitos, vices, ex-prefeitos. E já conta com a disponibilidade de líderes políticos, especialmente dos que estão no PSDB.
Aliados
"Vou estar sempre ao lado de Raquel. Ela tem olhado muito para
Sertânia", declarou a prefeita da cidade do Sertão do Moxotó, Pollyanna
Abreu, acrescentando que falta apenas marcar a data de sua filiação ao PSD.
Gestor de São Joaquim do Monte, no Agreste, o prefeito Eduardo José de
Oliveira Lins, conhecido como Duguinha, está à disposição da governadora.
"Se ela pedir, com certeza, irei (para o PSD)", assegurou.
Nomes como o prefeito Luciano Bonfim, de Triunfo, no Sertão, e Elcione Ramos, de Igarassu, no Grande Recife, não planejam deixar o ninho tucano. Fundador do PSDB na cidade do Pajeú, em 2001, Bonfim assegurou que a governadora não falou sobre o assunto quando visitou o município na Terça-Feira Gorda, para acompanhar o desfile dos Caretas. Hoje ele é presença garantida no ato de filiação.
Aliada de primeira hora da governadora, a professora Elcione parabenizou Raquel Lyra pela escolha do PSD como nova legenda e reafirmou o compromisso de caminhar ao seu lado, independentemente de bandeira partidária. Ela é um dos nomes que deve reforçar a estratégia da gestora de não perder o PSDB para a oposição.
Estratégias
Na Assembleia Legislativa, a governadora deve procurar parlamentares
insatisfeitos com a legenda à qual estão filiados hoje. As conversas ainda serão
maturadas, mas estão na lista nomes como a líder do Governo, Socorro Pimentel,
desconfortável no União Brasil depois da eleição para a composição das
comissões. Um dos vice-líderes do Governo, William Brígido é outro incomodado
com a decisão da Executiva estadual do Republicanos que, diante do empate na
Casa, indicou que a legenda integraria o bloco de oposição à governadora.
Raquel Lyra também deve consultar os outros vice-líderes do Governo: Adalto Santos (PP); Joãozinho Tenório, que aguarda decisão do prefeito de Salgueiro e presidente do PRD, Fabinho Lisandro; e Antônio Moraes. Este anunciou que vai continuar no PP. Mas acredita que pelo menos dois dos prefeitos a quem é vinculado podem ir para o PSD: o de Vicência e o de Riacho das Almas.
Outros possíveis alvos de Raquel Lyra são dois dos três integrantes da bancada do PSDB. Débora Almeida informou que ainda vai avaliar o cenário, e o ex-líder do Governo, Izaías Régis, deve seguir a orientação do ex-senador Armando Monteiro. O terceiro deputado Tucano é o presidente da Casa, Álvaro Porto, hoje oposição à governadora.
FONTE: FOLHA PE.