Foto: Divulgação.
O ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) reuniu apoiadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã
deste domingo (16), para defender anistia aos condenados por invadir e destruir
os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal
Federal (STF) em 8 de janeiro de 2023. Ele próprio corre risco de ser condenado
por tentativa de golpe de Estado.
Em seu discurso, Bolsonaro
afirmou que não fugirá do Brasil para evitar uma eventual prisão ordenada pelo
STF. “O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas
humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disse.
Bolsonaro, que atualmente está inelegível, afirmou que não tem “obsessão pelo
poder”, mas tem “paixão pelo Brasil”.
Diante do apoio manifesto, mas
considerando os desdobramentos do processo de que é alvo no STF, ele admitiu a
possibilidade de não participar da próxima eleição presidencial. “Estamos
deixando muitas pessoas capazes de me substituir”.
Bolsonaro nega tentativa de
golpe
Ele ainda se esquivou da
acusação de tentativa de golpe atribuída a ele. Afirmou que, por estar nos
Estados Unidos na ocasião, não poderia ter participado de uma trama para
impedir que Lula, que o derrotou nas eleições de 2022, assumisse a Presidência.
Bolsonaro é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de
Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano
qualificado agravado pelo emprego de violência e deterioração de patrimônio
tombado da União.
Os apoiadores do ex-presidente
Jair Bolsonaro ocuparam cerca de 300 metros da Avenida Atlântica, na Praia de
Copacabana, na altura do Posto 4. O Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro
de Análise e Planejamento (Cebrap) e a Organização Não Governamental (ONG) More
in Common calcularam a presença de 18 mil pessoas no ato deste domingo. Um
software de inteligência artificial fez os cálculos a partir de fotos aéreas do
público no horário de pico do ato, ao meio-dia.
Projeto no Congresso
A manifestação que reuniu
lideranças de direita na orla na Zona sul teve o objetivo de pressionar o
Congresso Nacional a aprovar o projeto de lei que anistia os condenados do
08/01. Diretamente interessado nessa anistia, Bolsonaro afirmou que as pessoas
que destruíram os prédios dos Três Poderes são inocentes.
“Eu jamais esperava um dia
estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram
nenhum ato de maldade, que não tinham a intenção e nem poder para fazer aquilo
que estão sendo acusadas”.
Em 8 de Janeiro de 2023, milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro romperam o cordão de isolamento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, quebraram janelas, destruíram cadeiras, computadores e obras de arte nos três prédios.
Também tentaram incendiar o
interior do STF. Só deixaram os locais após a chegada de tropas da Polícia
Militar e do Exército.
Governadores
O ato contou com a
participação de quatro governadores. Cláudio Castro (RJ), Jorginho Mello (SC),
Mauro Mendes (MT) e Tarcísio de Freitas (SP). Tarcísio também defendeu a
anistia. Ele disse que é correto que o projeto seja pautado e aprovado no
Congresso Nacional para garantir a anistia às pessoas. “Pode ter certeza que
nós vamos conseguir os votos”.
Para Tarcísio, é preciso
avançar para partir para outras discussões. “Para que a gente possa se dedicar
aos temas nacionais, para que a gente possa discutir a longevidade, o
envelhecimento da população, o financiamento do SUS. Tarcísio, ainda apontou
que o grande problema do país é a inflação.
Movimentação
As pessoas mobilizadas para o
evento organizado pelo pastor Silas Malafaia exibiam camisas e adesivos
saudosos do governo do ex-presidente.
Entre os dizeres havia: “a direita está viva”; “com saudades do meu ex”; “anistia para os patriotas”; “o Brasil é meu partido”. Havia ainda dizeres críticos ao atual governo e elogios ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Pouco depois do meio-dia, após a fala de Bolsonaro, os manifestantes começaram a se dispersar.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.