Foto: Divulgação.
A residência onde morou o músico percussionista pernambucano Naná Vasconcelos, no Rosarinho, Zona Norte do Recife, foi invadida, na madrugada desta quarta-feira (19). Imagens de circuito interno mostram um homem que entra no local, sem camisa, por volta de 1h55.
Percussionista Naná Vasconcelos / Foto: Divulgação.
No vídeo, ele
chega na sala e ver se há alguma movimentação dentro da casa. Depois, sobe uma
escada. Na outra imagem, já num closet, ele pega uma mala que estava com muitos
papéis, ao que tudo indica, documentos. O ladrão esvazia o compartimento e
coloca itens dentro dele, perto das 2h02.
A viúva de Naná, Patrícia Vasconcelos, disse à Folha de Pernambuco que o homem levou itens valiosos da casa. Ela acredita que o responsável pela ação criminosa não sabia da existência dos objetos ainda mais importantes que permanecem intactos dentro da residência. Lá, há diários pessoais e instrumentos musicais históricos.
“Ele levou louças, na faixa de umas 80 taças de
espumantes e um equipamento de som pequeno do estúdio de Naná, onde ele gravava
algumas coisas. Foi uma parte do equipamento. A outra, que é maior, ele tirou e
colocou perto da porta. Eu acho que ia levar também. Talvez ele pense que é
mais fácil vender, coisa eletrônica”, expôs ela.
O imóvel em que viveu Naná Vasconcelos está desocupado desde 2016, ano em que ele morreu. Ainda naquele ano, a viúva dele viajou para morar em Nova York, nos Estados Unidos, mas vinha investindo na casa, para que não ficasse com aspecto de fechada.
“Eu não moro lá. Vim passar um tempo aqui. Mas eu sempre vinha cuidando, mandando jardineiro e piscineiro. Mas já vou me instalar num apartamento que tenho na Jaqueira. Essa casa [que Naná morou] está sendo negociada para venda”, complementou ela.
Patrícia disse à Folha de Pernambuco que, mesmo com o grande susto, o legado cultural do artista segue vivo, seguro e protegido. Uma nota divulgada pela família de Naná assegura que a residência que sofreu o furto ainda abrigava parte importante do acervo pessoal e artístico do músico, embora a maior parte já tivesse sido transferida recentemente para o Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro (Muafro), no Recife Antigo, onde passa por um processo de restauração e catalogação.
“O berimbau dele já não estava mais lá. Bem como o típano, que nós tiramos. Naná abria o Carnaval com esse instrumento. Por ser grande, ele estava na entrada. Tinha indumentárias históricas também”, detalhou.
Entre tantos apuros, Patrícia contou ainda que havia um diário com importância considerável dentro da casa. Os relatos nele escritos foram os últimos feitos por Naná. O material será usado para a produção de um documentário em memória do artista, que está em fase de captação de dados.
Investigações
Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco
(PCPE) disse que não encontrou o registro da ocorrência. Caso haja retorno
posterior, o texto será atualizado.
FONTE: FOLHA PE.