Publicada em 28/04/2025 às 10h18.
''Ele participa da safadeza'', diz mensagem de empresário sobre prefeito de Pesqueira em suposto esquema de corrupção
Ao todo, 13 pessoas respondem à denúncia por organização criminosa, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro.

Prefeito de Pesqueira, Cacique Marcos Xukuru (Republicanos) / Foto: Cortesia.


 Uma mensagem de um empresário de Pesqueira, no Agreste, é citada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para incriminar o prefeito Cacique Marcos Xukuru (Republicanos) em um suposto esquema de corrupção que teria desviado R$ 15,7 milhões do município. Ao todo, 13 pessoas respondem à denúncia por organização criminosa, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro.

 

De acordo com o MPPE, a conversa é travada entre os irmãos Janaína e José Janailson Cavalcanti, que seriam favorecidos pelo direcionamento de concorrências e também figuram como réus no processo. “Ele [Cacique Marcos Xukuru] é conivente com a safadeza. Ele participa da safadeza, entendeu? ”, diz trecho da mensagem atribuída ao empresário. “Ele diz que não quer saber disso mais, que não sei o quê, e não quer largar o osso”.


Na ocasião, os irmãos demonstravam insatisfação com o prefeito porque outros servidores públicos, que atuavam como intermediários, estariam cobrando propina extra, segundo a investigação. Os dois também estariam sendo preteridos por outros empresários no suposto esquema. A denúncia foi aceita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na sexta-feira (25). 

 

“Na verdade, eles sabem que o dinheiro não vem todo para o bolso. Sabem perfeitamente, mas querem comer, entendeu? Eles sabem que se ajeitar uma licitação pra você, pra mim, eles não vão comer, não vai, que eu não vou dar dinheiro a Adilson, não vou dar dinheiro a essa menina aí, não vou dar dinheiro a esse povo”, diz Janailson, na sequência.

Fraudes

 

Segundo a investigação, as licitações em Pesqueira eram direcionadas para retribuir o apoio financeiro – de cerca de R$ 2 milhões – recebido durante a campanha eleitoral de 2020. Foram identificadas ao menos 15 concorrências com suspeita de fraude entre janeiro de 2021 e setembro de 2022.

 

Alvo da Operação Pactum Amicis, deflagrada pela Polícia Civil, Cacique Marcos chegou a ser afastado da Prefeitura no início deste mês. Na ocasião, ele alegou inocência e disse ser vítima de perseguição política.

 

Também respondem à acusação os vereadores Jucenildo José Simplício Freira, conhecido como Sil Xukuru (PT), e José Maria Alves Pereira Júnior, o Pastinha Xukuru (PP), que é ex-presidente da Câmara Municipal de Pesqueira, além de funcionários públicos e outros empresários.

 

Na denúncia, o MPPE aponta Cacique Marcos como o suposto líder do esquema. De acordo com a promotoria, ele também teria recebido indevidamente R$ 77 mil, em transações bancárias, e até uma Hilux, para uso pessoal. Os pagamentos fracionados serviriam para dissimular as propinas e lavar dinheiro, segundo a promotoria.

 

O grupo seria organizado em dois núcleos. Formado por integrantes da Prefeitura, o núcleo “Público” seria responsável por direcionar concorrências, fornecer informações privilegiadas e aprovar pagamentos indevidos. Já o “Privado”, composto por empresários, pagavam propinas e participavam da lavagem dos valores obtidos.

 

Além do prefeito e dos vereadores, os outros réus acusados de participar do primeiro núcleo são Adailton Suesley Cintra Silva Taumaturgo, então secretário municipal de Infraestrutura; Francisco Alves do Nascimento, engenheiro responsável por fiscalizar os contratos, e Adilson Ferreira, que foi presidente de Comissões Permanentes de Licitação entre 2021 e 2022.

 

Já a lista de empresários inclui Paulo Antônio Paezinho de Araújo, da MGA Construtora Ltda, e José Washington Marques Cavalcanti, apontado como o verdadeiro proprietário da DLG Construtora Ltda, registrada no nome de familiares.

 

Os outros réus são Rozelli Cícera de Souza, Jaelson dos Santos Júnior e José Djailson Lopes da Silva. Esse último, que é 1º Tenente da Polícia Militar de Pernambuco, também responde à investigação na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS).

 

Em nota, a defesa do prefeito informou que ainda não foi comunicada oficialmente das acusações, mas confia que restará comprovada sua inocência, reafirmando sua plena confiança no Poder Judiciário de Pernambuco. A Câmara Municipal também foi procurada, mas não deu retorno. A defesa dos demais citados não foi localizada.


*O espaço segue aberto para manifestação.



FONTE: DIARIO DE PERNAMBUCO.




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