De volta à Série A após três temporadas, o Sport apostou alto para tentar se manter no topo do futebol brasileiro. Com quase R$ 60 milhões investidos na primeira janela de contratações em 2025, o clube leonino trouxe 15 reforços na formação de um elenco ambicioso de, no mínimo, garantir a permanência na elite.
O cenário hoje é o oposto do planejado. O Rubro-Negro ocupa a última colocação do Campeonato Brasileiro, com apenas três pontos conquistados em dez rodadas e nenhuma vitória. Um jejum que já dura dois meses. E o que mais chama atenção é a comparação com os outros três clubes que também conquistaram o acesso à Série A em 2024. Enquanto Ceará e Mirassol surpreendem com campanhas sólidas e baixo investimento, e até o Santos, também em má fase e equipe mais gastou entre estas, o Sport amarga o pior desempenho do campeonato.
Com o 10º maior investimento da Série A nesta primeira janela, o Sport trouxe nomes de peso para o elenco, incluindo jogadores com passagens internacionais, como Gonçalo Paciência, Rodrigo Atencio, Sérgio Oliveira, João Silva e o colombiano Christian Rivera, a contratação mais cara da história do clube. O volante, destaque no Tijuana-MEX, assinou até o fim de 2028.
O Leão também fez apostas milionárias no mercado nacional. O atacante Carlos Alberto custou cerca de R$ 15 milhões, valor pago ao Botafogo por 60% dos seus direitos. Já o lateral-direito Matheus Alexandre, contratado por R$ 9 milhões junto ao Cuiabá, sequer está jogando e já é tratado como nome para ser emprestado. Ambos vêm sendo alvos de críticas da torcida pelo rendimento abaixo do esperado. Entre os 15 reforços também estão nomes como Du Queiroz, Lucas Cunha, Pablo e Hyoran.
SANTOS
O Santos, atual rival na briga contra o rebaixamento, também investiu pesado: cerca de R$ 131 milhões em 12 reforços, o quarto maior gasto da janela. Entre os nomes, o destaque absoluto é o retorno de Neymar, que até agora tem convivido com lesões e pouca minutagem em campo. Segundo o portal UOL, o craque custa R$ 21 milhões por mês aos cofres santistas.
Mesmo com nomes como Rollheiser (ex-Benfica), Tiquinho Soares, Zé Rafael, Gabriel Veron, Thaciano, Barreal e Deivid Washington, o Peixe amarga a 18ª posição, dentro da zona de rebaixamento. O futebol apresentado também está longe do que se esperava para um time com esse nível de investimento.
CEARÁ
Na contramão, o Ceará é prova de que dinheiro não é tudo. O clube gastou apenas R$ 2,7 milhões em reforços, mas montou um elenco competitivo com 17 contratações e hoje ocupa o G-6 da Série A, sonhando com voos ainda maiores. Comandado por Léo Condé, o time alvinegro já venceu o Sport no campeonato e se destaca pelo equilíbrio tático e boas atuações coletivas. O atacante Pedro Raul, autor de nove gols na temporada, tem sido um dos nomes mais decisivos da campanha alvinegra.
MIRASSOL
Discreto no mercado, o Mirassol também tem feito bom campeonato. Atual nono colocado, o clube paulista apostou em nomes experientes como David Braz, Walter, Reinaldo e Clayson. Foram 13 contratações, sem cifras reveladas, mas com um time encaixado que mostra competitividade diante de adversários mais estruturados. O próximo duelo do Sport, inclusive, será justamente contra o Mirassol, uma oportunidade para o Leão tentar iniciar sua reação.
PRÓXIMA JANELA
De olho na segunda janela de transferências, que abre em 10 de julho, o Sport admite ir ao mercado novamente, mas fala em “ajustes pontuais”. A diretoria não revela nomes nem perfis dos alvos, mas sabe que precisa ser mais assertiva do que foi na primeira rodada de investimentos.
O presidente Yuri Romão chegou a comentar que o clube está entre os menores orçamentos da Série A, ocupando a 17ª posição no ranking. O futebol, por enquanto, não acompanha o peso do investimento.