O relatório “Observando os Rios 2025”, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, aponta que o Rio Capibaribe enfrenta uma piora na qualidade da água no Recife. O estudo foi feito entre janeiro e dezembro de 2024, e o trecho na capital pernambucana, pela primeira vez, passou da classificação “regular” para “ruim”.
O principal motivo que ocasiona a degradação ambiental de um dos principais cursos hídricos de Pernambuco é o despejo de esgoto doméstico, que supera a capacidade de diluição natural do rio. A falta de coleta e tratamento adequados de esgoto agravam a piora dos indicadores.
De acordo com os especialistas que conduziram o estudo, a situação do Rio Capibaribe compromete a qualidade de vida dos moradores, mas também tem impactos para economia e turismo, interferindo na experiência dos turistas que visitam a capital de Pernambuco.
Uma outra coleta no Rio Capibaribe foi feita na cidade de Limoeiro, no Agreste, indicando qualidade regular. Em Pernambuco, também foram analisados os rios Beberibe, em Olinda, e o Rio Jaboatão, em Jaboatão dos Guararapes. Ambas cidades no Grande Recife. As duas coletas tiveram como resultado a classificação "regular".
Bacias da Mata Atlântica
O relatório “Observando os Rios 2025” mostra que a situação do Rio Capibaribe é compartilhada por outras bacias da Mata Atlântica monitoradas pelos pesquisadores. Das 1.160 análises feitas em 145 pontos de coleta, apenas 7,6% das amostras tiveram boa qualidade (11), já 75,2% apresentaram situação regular (109), 13,8% ruins (20) e 3,4% péssimos (5). A classificação “ótima” não foi atingida por nenhum dos rios.
No entanto, 83,8% dos pontos analisados ainda possuem condições para usos múltiplos da água na Mata Atlântica brasileira, como agricultura, indústria, abastecimento humano, dessedentação animal, lazer e esportes.
Como grande alerta, o estudo deixa claro que a situação dos rios da Mata Atlântica, incluindo o Rio Capibaribe, ainda está longe da ideal, o que reforça a fragilidade ambiental das bacias do bioma.