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A
percepção dos brasileiros sobre a economia deu sinais de melhora em junho,
segundo a mais recente pesquisa Datafolha, mas ainda sob um pano de fundo de
incertezas e insatisfação com a condução das contas públicas. Após um pico de
pessimismo registrado em abril, a parcela dos que veem piora na situação
econômica caiu de 55% para 47%, retornando ao nível observado em dezembro de
2024 (45%).
Embora
o otimismo tenha avançado apenas um ponto percentual, para 22%, o Datafolha
mostra recuo no pessimismo, que interrompe uma tendência negativa iniciada no
fim do ano passado. Outros 28% acreditam que a economia se manteve estável.
A
expectativa para os próximos meses, segundo o Datafolha, também aponta um
alívio na percepção popular: 32% esperam melhora na economia — acima do 29% de
abril —, enquanto os que preveem piora caíram para 33%, após atingirem 36% na
última pesquisa. A avaliação sobre a situação econômica pessoal segue
praticamente estável, com 33% relatando piora e 28%, melhora.
Datafolha: inflação e desemprego
Apesar
disso, a inflação continua sendo o fator de maior preocupação. A maioria (59%)
ainda acredita que os preços continuarão subindo — um número menor do que os
62% de abril e os 67% de dezembro. A projeção para o poder de compra dos
salários permanece dividida: 30% esperam melhora, 36% veem queda e 30%,
estabilidade.
Sobre
o desemprego, 42% dos entrevistados pelo Datafolha ainda projetam aumento nos
próximos meses, em linha com pesquisas anteriores, apesar da taxa de
desocupação estar em seu menor patamar para o período desde 2012, segundo a
Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Insatisfação
com a gestão dos recursos públicos
O
Datafolha também revela crescente insatisfação com a gestão dos recursos
públicos. Quase metade (47%) acredita que há dinheiro suficiente no governo,
mas que ele está sendo mal aplicado — o segundo maior patamar da série
histórica, atrás apenas de dezembro de 2016. Esse sentimento é mais forte entre
homens, pessoas com ensino superior e eleitores do ex-presidente Jair
Bolsonaro.
Já
32% afirmam que os recursos são insuficientes e também mal aplicados, enquanto
apenas 8% consideram que são bem aplicados e suficientes. O percentual que
aprova o presidente Lula manteve-se em 28%, enquanto a rejeição segue alta, com
40% o avaliando como ruim ou péssimo.
Na
série histórica sobre o tema, o resultado só fica abaixo do registrado em
dezembro de 2016 (53%), nos primeiros meses do governo de Michel Temer (MDB).
Nas
consultas realizadas em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, 36%
consideravam os recursos suficientes e mal aplicados (dado de agosto),
percentual que ficou em 38% em dezembro daquele ano.
O
levantamento foi feito nos dias 10 e 11 de junho, com 2.004 entrevistados em
136 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Veja os principais achados da pesquisa
Percepção
da economia atual:
Piorou:
47% (de 55% em abril)
Melhorou:
22% (de 21%)
Permaneceu
igual: 28% (de 23%)
Expectativa
para a economia nos próximos meses:
Melhora:
32% (de 29%)
Piora:
33% (de 36%)
Igual:
31% (de 32%)
Situação
econômica pessoal:
Estável:
38%
Pior:
33%
Melhor:
28%
Expectativa
para a própria situação econômica:
Melhora:
53% (de 48%)
Piora:
14% (de 16%)
Estável:
31%
Inflação
esperada nos próximos meses:
Alta:
59% (de 62% em abril e 67% em dezembro)
Queda:
12%
Estabilidade:
24%
Poder
de compra do salário:
Vai
aumentar: 30%
Vai
diminuir: 36%
Estável:
30%
Expectativa
para o desemprego:
Vai
aumentar: 42%
Vai
diminuir: 22%
Estável:
33%
Avaliação
do governo Lula:
Ruim/Péssimo:
40%
Bom/Ótimo:
28%
Opinião
sobre os recursos públicos:
Suficientes,
mas mal aplicados: 47%
Insuficientes
e mal aplicados: 32%
Suficientes
e bem aplicados: 8%
Insuficientes e bem aplicados: 9%
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.