Publicada em 27/06/2016 às 08h48.
Transtorno no trânsito complica volta do feriado dos pernambucanos
Especialistas apontam soluções que poderiam amenizar o problema recorrente.

Se você mora no Recife e passou o São João em cidades como Caruaru e Gravatá, no Interior, sabe bem o que é perder mais tempo na saída da Capital do que na estrada, viajando, principalmente se a avenida Engenheiro Abdias de Carvalho fez parte do seu trajeto. Quase toda a extensão da via e o trecho da BR-232 que corta o bairro do Curado ficaram congestionados.


Na última sexta-feira, motoristas chegaram a levar duas horas e meia para fazer um percurso de nove quilômetros, o que, em condições normais, demandaria menos que 30 minutos. Ontem, na volta para casa, foi preciso mais paciência.


Se o problema é o mesmo em todos os feriados prolongados, o que pode ser feito para melhorar a fluidez? E por que não é feito? Especialistas afirmam que medidas poderiam amenizar os transtornos, embora ressaltem que se trata de um volume atípico de veículos, o que dificulta qualquer solução definitiva.

Nos 4,4 quilômetros da Abdias de Carvalho, é possível encontrar nada menos que no­­­­­­­­­ve semáforos. Não à toa. O corredor é cortado por impor­­­­tantes vias da Zona Oeste do Recife, como a Estrada dos Remédios e a avenida General San Martin. Aliás, é no acesso a essa última que persiste o único sinal de três tempos da Abdias para permitir a conversão à esquerda. Um minu­­­­to e meio de espera até o semá­­­­­­foro abrir. “Uma opção seria um giro de quadra ali, como foi feito em outros pontos”, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maurício Andrade, referindo-se à eliminação de cinco giros à esquer­­­­da ao longo da via, em 2012.

Com o trânsito parado, não restou alternativa ao servidor público José Marcos Barros, 46 anos, a não ser esperar dentro do carro. “No ano passado, tentei outra rota, por Jaboatão, mas não gostei e preferi vir pelo caminho tradicional. Só que já se passou uma hora e meia e nem saí da Cidade ainda”, lamentou, no caminho para Gravatá. Aplicativos de celular mostravam que, mesmo mais longo em 3,8 km, o trajeto mais rápido seria pelas avenidas Doutor José Rufino e Recife: 40 minutos. Outra opção era a avenida Caxangá.

Trânsito pesado

Em dias comuns, a Abdias de Carvalho recebe quase 60 mil veículos nos dois sentidos. Parte disso escoa para a BR-232, por onde passam cerca de 30 mil. No feriadão, a previsão do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PE) era de que o número aumentasse para 50 mil veículos na rodovia.


Policiais ferroviários federais foram mobilizados para monitorar o trânsito. Já na Abdias, o trabalho foi feito por 22 orientadores, seis batedores e agentes em três viaturas da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). Mas é consenso entre especialistas: mesmo com esse esforço, é a estrutura viária que não suporta tantos carros.

“A Abdias tem três faixas, mas a BR-232 tem duas. Ali onde fica o primeiro viaduto, ainda há fluxo vindo da BR-101 e da avenida Recife, que chega pela alça de acesso. Veículos de cinco faixas são transferidos para duas”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis em Pernambuco (Abenc-PE), Stenio Cuentro. Uma intervenção necessária seria a criação de uma terceira faixa no trecho do Curado, entre a Abdias e as proximidades de uma fábrica de tintas da região.

Enquanto não se pode recorrer a obras, soluções operacionais aparecem entre as possibilidades. A reversão do fluxo na Abdias é uma delas, ou seja, usar a pista subúrbio-cidade também em direção à BR-232. Em vez de três, seriam seis faixas no sentido Capital-Interior.


Na volta do feriado, a operação ocorreria na direção inversa. Até o início dos anos 2000, essa medida foi usada na avenida Antônio de Góes, no Pina, para desafogar o trânsito na Zona Sul. “Um esquema assim por duas ou três horas permitiria dobrar a capacidade da via”, assinala Cuentro, acrescentando que o uso do acostamento da BR-232 como uma terceira faixa, comum em outros lugares do País e do mundo em ocasiões como a do último feriadão, é outra possibilidade para amenizar os transtornos.


G1

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