Após 18 dias de negociação, a greve dos trabalhadores da construção civil chegou ao fim na manhã desta quinta-feira (3). A decisão se deu após uma rodada de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta), o Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscom) e o Ministério do Trabalho. A categoria deve voltar ao trabalho ainda hoje. A assembleia ocorreu na sede do Marreta, localizada no bairro de São José, área central do Recife.
O sindicato conta com profissionais como pedreiros, carpinteiros, eletricistas e encanadores. O Marreta estima que que 95% da categoria, que reúne 120 mil operários, cruzou os braços e mais de 360 obras pararam em Pernambuco. A greve foi deflagrada no dia 16 de novembro.
De acordo com o Marreta, ficou decidido que o reajuste salarial ficará em 9,9%, bem abaixo dos 20% pedidos. Considerada uma das vitórias da categoria, a data-base foi mantida em 1º de outubro. Isso porque o Sinduscon queria passar essa reinvindicação para março de 2016. A hora extra foi estabelecida em 70%, um meio termo entre os 100% pedido pelo Marreta e os 50% proposto pelo Sinduscon.
Ainda ficou acordado, segundo o Marreta, que os trabalhadores receberão pagamento pelos dias parados. A diferença no salário em cima do reajuste também será paga. “A compensação dos dias de trabalho [que foram perdidos durante a paralisação] será feita de uma forma que o trabalhador não será penalizado. Será dividida em dois momentos, uma nas férias do funcionário em 2016 e outra na rescisão, isso quando e se ele for demitido”, explica a presidente do Marreta, Dulciene Morais.
A presidente ainda comemora o fim da greve. “Foram 17 rodadas de negociação, mas a categoria estava unida, a gente resistiu. Saímos dessa campanha fortalecidos e com a autoestima lá em cima”, completa Morais, aliviada.
Apesar do desgaste por causa das discussões, o presidente do Sinduscon, Gustavo Morais, também comemora o fim da greve. “Saímos felizes porque vamos voltar a trabalhar. Foi justo para as duas partes. As empresas precisam dos trabalhadores e por isso que vamos continuar qualificando e investindo neles”, comunica.
Porém, acredita que não era preciso parar a categoria. “Estamos muito mais preocupados hoje com a economia do Brasil. Pernambuco vai fechar o ano com 36 mil demissões”, acrescenta.
FONTE: G1