Publicada em 18/12/2015 às 10h06.
Pais de adolescente obrigado a pular em rio, vão receber indenização
Para o juiz Mozart Valadares Pires, o Estado de Pernambuco deve receber uma penalidade pecuniária proporcional ao dano que causou

Os pais de Zinael José de Souza, adolescente de 17 anos morto após ser torturado por policiais militares e obrigado a pular no Rio Capibaribe no Carnaval de 2006 receberão uma indenização no valor de R$ 350 mil. O juiz Mozart Valadares Pires, da 8ª Vara da Fazenda Pública da Comarca do Recife, condenou o Estado de Pernambuco que, segundo ele, “deve receber uma penalidade pecuniária proporcional ao dano que causou, apesar de ser incomensurável o valor da vida humana”.A decisão, tomada nesta quinta-feira, beneficia os pais da vítima, Zineide Maria de Souza e Israel Ferreira da Silva.

Três dos oito policiais militares acusados de obrigar 17 adolescentes a entrarem no Capibaribe, no carnaval de 2006, causando a morte de dois por afogamento, foram condenados ontem a 96 anos de reclusão. As condenações foram pelo homicídio triplamente qualificado de Diogo Rosendo, e nove tentativas de homicídios. Os meninos teriam sido confundidos com um grupo que praticava arrastões.


 

A Justiça determinou que Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva cumpram a pena em regime inicialmente fechado na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. Mas não há previsão de quando eles serão presos porque o advogado dos três, José Siqueira, entrou com recurso após o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti terminar de ler a sentença.


Como todos estão em liberdade, permanecerão soltos até que a apelação seja julgada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. O quarto policial julgado por último foi absolvido. A Justiça entendeu que Irandi Antônio da Silva não participou dos espancamentos nem deu ordem para entrarem na água, pois estava na viatura. De acordo com o promotor André Rabelo, o PM estava a 300 m de onde tudo ocorreu.

Já o tenente Sebastião Antônio Félix, apontado como mentor do crime, foi julgado em julho deste ano e condenado a 150 anos e seis meses de prisão por homicídio qualificado e 11 tentativas de homicídios. Ele também aguarda o julgamento do recurso em liberdade e não foi afastado da polícia. Mais três PMs: Edvaldo Coelho Pereira Magalhães, Thiago Jackson Araújo e Weldes Felipe de Barros Silva ainda serão julgados, mas ainda sem data definida.

Para o advogado dos PMs, a justiça foi feita parcialmente. “Justiça seria se todos tivessem sido igualmente absolvidos. Nossa luta será pela anulação do júri porque todos cumpriam ordens”, afirmou José Siqueira. O promotor ressaltou que a sentença foi de acordo com as provas. Ele não acredita que o tribunal anulará a decisão. “Não houve dúvida nem discórdia entre os jurados. Ele acataram na totalidade as argumentações do MPPE. É apenas uma questão de tempo para confirmar a decisão”, disse Rabelo.


FONTE: DIARIO DE PERNAMBUCO

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