Publicada em 16/03/2017 às 16h06.
Escolas têm funcionamento parcial após professores decretarem greve em PE
Greve unificada é contra a reforma da Previdência e pela defesa da lei do piso nacional do magistério que seria de R$ 2.298,80, em 2017.

Um dia após professores da rede estadual de Pernambuco e de quatro municípios decretarem greve por tempo indeterminado, a reportagem da TV Globo circulou por escolas no Recife. Das três unidades de ensino visitadas, duas funcionaram parcialmente nesta quinta-feira (16). Em Olinda, das 89 escolas municipais, 42 aderiram à paralisação, segundo a Secretaria de Educação do município. Na rede estadual, 137 escolas foram afetadas, o que representa 13% do total. 


A greve unificada é contra a reforma da Previdência e pela defesa da lei do piso nacional do magistério que seria de R$ 2.298,80, em 2017. Os alunos da Escola Estadual Professor Pedro Augusto Carneiro Leão, localizada no bairro de Beberibe, Zona Oeste do Recife, até foram para a unidade, mas não sabiam se teriam todas as aulas.


“Não tivemos aula ontem e hoje podemos largar mais cedo. Estamos esperando os outros professores. Se eles não chegarem, vamos ter que ir para casa”, contou Gabriela Costa, de 12 anos e aluna do 7º ano. Até o momento, só havia um educador na escola.


Mesmo sem lembrar muito bem da greve anterior a essa, o estudante José Vinicius Barbosa, de 11 anos, lamenta quando acontece. “É difícil por não temos aula. Atrasa a tarefa e, às vezes, nossas férias também”.


Quem também não gosta nem um pouco da situação é a dona de casa Cristiane da Silva. Com dois filhos estudante na rede pública, um na estadual e outro na municipal, fica preocupada ao saber que os professores não têm data definida para retornarem. “Um dia sem aula faz uma diferença enorme para a vida de um aluno”, pontua.


Escola Estadual Ginásio Pernambucano, localizada na Avenida Cruz Cabugá, área central do Recife, teve aula normal

(Foto: Reprodução/TV Globo)


Na Escola Estadual Sizenando Silveira, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, a realidade não era muito diferente da Carneiro Leão. Isso porque a maior parte dos professores que dão aula no local aderiram à paralisação.


Por ser uma escola de ensino integral, os alunos do Ensino Médio deveriam ter dez aulas nesta quinta. Porém, apenas um professor deu aula. “Eu fico preocupado porque estamos nos preparando para o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Hoje teríamos física, matemática e português, matérias de peso para o Enem”, disse Thiago Oliveira, estudante do 3º ano.


Já os alunos da Escola Estadual Ginásio Pernambucano, localizada na Avenida Cruz Cabugá, área central do Recife, foram avisados que teriam aula. “Eu apoio a greve porque o professor se mata para nos educar. Sem o professor nós seríamos o que na vida?”, defende Adilson Gomes, aluno do 1º ano.


Balanço

 

A previsão é que ocorra uma nova assembleia para decidir se a greve continua ou não no começo da próxima semana. As secretarias de Educação do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes ainda não divulgaram o balanço de escolas sem aula.


Em nota, Secretaria de Educação do Estado informiou que 13% das escolas registraram adesão total ao movimento de paralisação dos profissionais de educação. "Neste contexto, a Secretaria informa que as escolas estarão abertas nesta sexta-feira (17), aguardando a presença de estudantes e professores. Assim, a pasta solicita aos pais que encaminhem seus filhos às escolas estaduais, a fim de não prejudicar o andamento do ano letivo".


Contudo, a Secretaria de Educação de Olinda informou que das 89 escolas municipais, 42 aderiram à paralisação e 39 aderiram parcialmente. Apenas oito seguem com aulas normais. O presidente do Sindicato de Professores da Rede Municipal de Olinda (Sinpmol), Wildson Cruz, confirmou os números.


Em nota, a Secretaria de Educação do Recife apontou que respeita a decisão do sindicato de participara da paralisação de quarta, mas que "lamenta a decisão do Simpere de deflagrar greve por tempo indeterminado, prejudicando a rede municipal de ensino, que atende um total de 90 mil estudantes. A decisão pelo movimento grevista foi definida antes mesmo da primeira reunião setorial com os professores para discutir os pleitos da categoria. A Prefeitura do Recife entende que o sindicato desrespeitou o processo de negociação".


Por telefone, o Sindicato dos Professores do Recife (Simpere) não repassou números. Ele se ateve a anunciar que a “grande maioria das escolas estão sem aula”.


A Secretaria de Educação de Moreno alega que o município não aderiu a greve. Informação confirmada pela vice-presidente do Sindicato dos Professores em Educação do Moreno (Sinpremo), Josineide Oliveira. “Nós apenas paralisação na quarta-feira [15] em protesto contra a reforma da Previdência”, explicou.


Tanto o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) quanto Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jabotão dos Guararapes (Sinproja) anunciaram que só divulgaram o balanço na tarde desta quinta. O G1 não conseguiu entrar em contato com Sindicato dos professores do Cabo de Santo Agostinho (SINPC).

 

 

 

G1

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