Publicada em 29/03/2017 às 09h50.
Gripe H3N2 cresce no estado de Pernambuco
Vacinação nacional, que deve iniciar entre abril e maio, pode frear adoecimentos.
Vacinação nacional, que deve iniciar entre abril e maio, pode frear adoecimentos Foto: Leo Motta
A explosão de casos da gripe H3N2 alerta para um ano de atenção a este tipo de influenza que não teve circulação em 2016. A ocorrência desse vírus tem saltado aos olhos em 2017, antes mesmo do período de inverno, quando em geral as influenzas se tornam mais comuns. No Recife, até 4 de março, foram 16 casos positivos do quadro leve de H3N2 e 11 de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) contra nenhum ocorrência em 2016. 

Aliado à ocorrência de H3N2, a Capital também verifica um aumento de 4,4% nas ocorrências ambulatoriais de síndrome gripal e aumento de 7,5% para SRAG em geral. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também confirmou que até a metade de fevereiro o vírus ainda teve formas graves confirmadas em Jaboatão, Goiana e Barreiros. Em todo ano passado, Pernambuco teve dois casos de SRAG por H3N2 e um de síndrome gripal. 

A gerente de Vigilância Epidemiológica do Recife, Natália Barros, comentou que as influenzas de forma geral têm uma sazonalidade, ou seja, estão relacionadas a épocas do ano e para determinados tipos de circulação viral. Contudo, a gestora disse que o aumento de casos de H3N2 surpreendeu, assim como o adoecimento por gripes de forma geral ainda no verão. “Em 2016 tivemos mais a influenza H1N1 e agora a H3N2. 

Isso tanto no Brasil, como aqui. O que podemos dizer, até agora, o H3N2 é mais brando inclusive com relação a mortes. Outro fato que nos chamou atenção é que, assim como em 2016, o período de adoecimento por influenza aconteceu antes do previsto”, contou. 

O Recife e Pernambuco não têm registro até o momento de óbitos relacionados a este vírus, mas o Brasil já soma 13 mortes. Natália Barros explicou ainda que partes dos pacientes que tiveram resultado positivo para o H3N2 na Capital relataram viagens recentes a locais onde o vírus tem maior circulação, como África e Arábia.

O virologista da Fiocruz Pernambuco, Lindomar Pena, explicou que clinicamente o H1N1 e o H2N3 são indistinguíveis, sem exames laboratoriais que os diferencie. Contudo, enquanto o H1N1 que circula desde 2009 tem um arranjo triplo de genes de origem suína, humana e aviária, o H3N2 é totalmente humano. Ele destacou ambos precisam de atenção médica e antirretroviral específico porque abrem portas para infecções bactérias secundárias, que podem levar a morte. A infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Regina Coeli, acredita que a vacinação nacional contra a influenza, que marcada para iniciar entre abril e maio, deve frear esse avalanche de casos. “A vacina será instituída. Haverá proteção e assim diminuição”, tranquilizou.

No Brasil já são 243 casos de H3N2 ligados à síndrome gripal, 98 de síndrome respiratória aguda grave até 18 de março. Em 2016, os números das duas apresentações somaram apenas 11 casos no mesmo período. O Ministério da Saúde esclareceu que as vacinas de gripe já trazem a imunização contra a H3N2, H1N2 e Influenza B, conforme preconiza a OMS. Anualmente, o que pode mudar são as cepas da composição das doses.
   
Os grupos mais vulneráveis para o H1N1 e H3N2 são os mesmo. Pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, mulheres com até 45 dias pós-parto, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, doentes crônicos, trabalhadores da saúde e populações indígenas são prioritárias para a vacinação.

 Folha PE

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