Os altos índices de violência, que já são realidade em Pernambuco, parecem também amedrontar os moradores das demais regiões do Brasil. De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 70% dos brasileiros optaram por mudar o local onde os filhos estudam, as vestimentas utilizadas ou passaram a evitar andar com dinheiro por medo.
As alterações de hábitos nos últimos 12 meses, conforme a CNI, devem-se ao fato de 80% das pessoas terem vivenciado de perto alguma situação de risco, como pessoas usando drogas (70%), a polícia prendendo alguém (50%), alguém sendo agredido (39%) ou assaltado (32%), ou estiveram presentes em um tiroteio (26%), entre outros fatores.
Das famílias brasileiras, 40% tiveram algum de seus membros vítima de furto, assalto ou agressão dentro do período correspondente a um ano. Em 2011, 30% das famílias diziam ter sido afetadas.
Um ponto de destaque do estudo, é que 27% das pessoas mudaram o modo de se vestir para reduzir o risco de assalto ou de assédio. A percepção da mudança das vestimentas por receio de algum crime é ainda mais evidenciada quando abordada entre os gêneros: 30% das mulheres estão se privando de vestir como gostariam, contra 23% dos homens.
Dos 2.002 entrevistados, 76% contrataram serviços ligados à segurança privada, como instalação de alarmes, grades e trancas, compraram armas ou contrataram seguros contra roubo ou furto. De um modo geral, a sociedade acredita que iniciativas sociais são mais eficazes no combate à violência que as repreensivas. No entanto, quando instados a escolher as duas principais medidas para combater a violência, 85% citam pelo menos uma ação repressiva.
A certeza da impunidade é motivo para o aumento da criminalidade, na opinião de 82% dos entrevistados. Para 75% das pessoas, penas mais rigorosas reduziriam a criminalidade e 85% defendem a redução da maioridade penal para 16 anos.
As ações repressivas mais citadas como forma de melhorar a situação da segurança são o maior combate ao tráfico de drogas (43%), o aumento do policiamento (41%), das penas pelos crimes (24%) e o combate à venda ilegal de armas (21%). Para 83% das pessoas é preciso ter uma política de tolerância zero, em que todo tipo de infração seja punida.
Os crimes de ódio, originados por preconceitos de cor, de gênero, de classe social ou orientação sexual devem ser punidos de forma mais severa do que os crimes comuns, na opinião de 73% dos entrevistados.
A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Segurança Pública foi feita em 141 municípios entre os dias 1 e 4 de dezembro de 2016.
JC Onine