Presidiário ajuda a fabricar pães franceses que serão levados para desabrigados e desalojados pelas chuvas em Pernambuco (Foto: Fernando Portto/SJDH?)
Detentos de unidades do sistema penitenciário de Pernambuco começaram, nesta quinta-feira (1º), a produzir pães para distribuir para vítimas das chuvas e enchentes no estado. De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), 35 presidiários estão trabalhando nas cozinhas industriais para fabricar os alimentos que serão enviados a dez municípios.
Em Pernambuco, 43 mil pessoas estão fora de casa. Houve cinco mortes, sendo duas no Recife, duas em Lagoa dos Gatos e uma Caruaru, no Agreste.
Estão envolvido na produção dos pães detentos das três unidades prisionais do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. Também participam reeducandos do Centro Regional do Agreste (CRA), em Canhotinho, no Agreste, do Presídio Romildo da Rocha Leão (PRRL), em Palmares; na Mata Sul, além de presidiários do Presídio Juiz Plácido de Souza (PJPS), em Caruaru, no Agreste.
Todos os detentos têm experiência na cozinha. A lista de cidades contempladas ainda vai ser definida pela Defesa Civil em parceria com o Centro de Abastecimento (Ceasa). Serão levados em conta critérios de quantidade de pessoas necessitadas e a urgência dos casos. A parceria será mantida até que a situação nos municípios se normalize.
Na quarta-feira (31), o governo informou ter entregue 33 toneladas de alimentos, 11 mil litros de água, quatro toneladas de kits de higiene e limpeza, além de 5 toneladas de roupas e 1.030 kits dormitórios. Foram contemplados municípios do Agreste e da Zona da Mata, que estão em emergência.
Nesta quinta-feira (1º), o governo anunciou o começo de uma nova fase de limpeza nas áreas afetadas. A instalação do hospital de campanha, em Rio Formos, na Mata Sul, também foi iniciada. Ao todo, cerca de 250 atendimentos serão realizados por dia após a instalação da estrutura pelo Exército.
Para ajudar as famílias que perderam praticamente tudo nas enchentes, diversas instituições e entidades realizam arrecadação de alimentos não perecíveis e objetos de higiene pessoal. Há pontos de coleta no Recife, em Olinda e nos 15 campi do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
No Nordeste, as chuvas ocorrem por causa de um fluxo de vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta região no outono e inverno.
G1