Foto: JC Imagem/Arquivo
Uma mulher acusada de tentar matar o namorado com chumbinho, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, vai a júri popular. De acordo com as investigações, Bárbara Gabriela de Lima colocou pesticida em um estrogonofe de frango e entregou à vítima, que ingeriu a comida junto com o pai. Horas depois, passando mal, eles foram internados no Hospital da Restauração, onde ficaram por cerca de 60 dias na UTI.
O processo está na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. Na decisão de levar a acusada à júri popular, a juíza Maria Segunda Gomes de Lima afirmou que a mulher agiu “por motivo fútil e mediante envenenamento” para tentar matar o namorado e ainda assumiu o risco de também causar a morte do pai dele, “somente não conseguindo consumar esse duplo homicídio em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”.
Segundo as investigações, a acusada estava com ciúmes do namorado porque ele havia recebido um perfume de presente, dado por uma amiga da mesma igreja frequentada por ambos. Bárbara então teria preparado a comida, inserido o chumbinho e colocado em um pote vazio de margarina para entregar ao rapaz. Durante a madrugada, enquanto dormiam, ele e o pai sentiram fortes dores e tontura e foram socorridos. O caso aconteceu na noite de 29 de outubro de 2013.
No Hospital da Restauração, as vítimas ainda tiveram paradas cardíacas e permaneceram internadas por semanas por conta da gravidade das lesões causadas pelo veneno. Consta nos autos do processo que o namorado da acusada ainda teve problemas neurológicos – como dificuldades na fala, locomoção e atrofia nos músculos dos membros superiores. Durante as investigações, a acusada negou ter envenenado as vítimas e sugeriu que a comida foi preparada por outra pessoa, mas confirmou que fez a entrega do estrogonofe a ele.
PROCESSO
Na decisão sobre o júri popular, a juíza destacou ainda que o chumbinho é “um produto altamente tóxico e com grande poder letal, utilizado principalmente na erradicação de roedores, cuja comercialização é proibida pela vigilância sanitária, embora seja realizada clandestinamente.”
A acusada, que responde ao processo em liberdade, pode recorrer da pronúncia. A data do júri popular ainda não foi marcada pela Justiça.
JC