Publicada em 06/03/2016 às 11h36.
Chefe da Casa Civil Jaques Wagner dá as cartas no Palácio
O chefe da Casa Civil indicou o sucessor de Cardozo e demonstra força política na gestão Dilma.

Cada vez mais, o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, transforma-se no pilar de sustentação do governo Dilma Rousseff. Ao emplacar semana passada um conhecido seu no Ministério da Justiça, o ex-procurador-geral de Justiça da Bahia Wellington César Lima e Silva, Wagner passa a transitar com desenvoltura nas duas principais pastas políticas da Esplanada. "O novo ministro não conhece ninguém. A quem ele vai recorrer nos momentos de dificuldade? A Wagner", confidenciou um colega de governo.



Apesar de carioca, Wagner construiu praticamente toda a trajetória política na Bahia e incorporou uma característica baiana de agir com cautela, sem alardear. A pessoas próximas, disse não ter nada a ver com a indicação de Wellington, e que é apenas uma coincidência o fato de ambos terem sido contemporâneos na Bahia: Wagner como governador, Wellington como o chefe do Ministério Público local.



Agora, Wagner tenta emplacar aliados baianos em cargos de segundo escalão. Em um movimento que precisa ter cuidado, já que começa a sofrer críticas dentro da pasta. Jaquito, como é chamado por Dilma (na época de Lula era conhecido como Galego) tem obtido importantes vitórias recentemente. No início do ano, ele traçou três objetivos de curto prazo para serem resolvidos até o fim de fevereiro. Definir o novo ministro da Secretaria de Aviação Civil (Mauro Lopes já foi avisado que será ele); definir Humberto Costa (PT-PE) como novo líder do governo; e causar poucos estresses na eleição para líder do PP na Câmara. Preferia o deputado Cacá Leão (BA), mas afinou os ponteiros com o presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), e o escolhido acabou sendo o ex-ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.



Wagner também iniciou um diálogo com a oposição em torno de uma pauta mais propositiva. Em nenhum momento, pediu aos oposicionistas que diminuíssem os ataques ao governo e ao PT. Mas propôs a criação de uma agenda de matérias que possam ser votadas no parlamento e que destravem a economia brasileira. O chefe da Casa Civil, inclusive, foi fundamental para convencer Dilma a abrir a cabeça em torno do projeto que flexibiliza a participação da Petrobras no projeto do pré-sal. A medida irritou o PT, mas foi aprovada no Senado há duas semanas.



Malandro como bom baiano, Jaques sabe que não é hora de colocar a cabeça para fora em busca de voos maiores. Esta, inclusive, era umas das críticas ao seu antecessor, Aloizio Mercadante (atualmente na Educação) que agia para se cacifar como um possível sucessor de Dilma em 2018. Ao assumir a Casa Civil, ele deixou claro que não tem, como pretensão pessoal, concorrer ao Palácio do Planalto em 2018. Nem Senado lhe apetece.



Em entrevistas e intervenções internas, o petista sempre tem dito que Lula é o candidato natural da legenda daqui a dois anos. Semana passada, nas redes sociais, voltou a defender o ex-presidente dos "ataques da Polícia Federal e do Ministério Público". As coisas mudariam de figura, claro, se o partido quisesse. "Wagner é mais do que uma alternativa. É algo concreto. Tem peso político, habilidade, leveza", disse um colega de governo.



Por precaução, o chefe da Casa Civil sequer assume a paternidade sobre a indicação de Wellington. "Se o novo ministro da Justiça der errado, vão logo dizer que a indicação é do Wagner", reforçou um aliado do ministro. Para depois acrescentar. "Ele vai para o enfrentamento. Quem estava defendendo a história do pré-sal na festa do PT diante de uma multidão de correligionários enfezados?", lembrou um petista baiano.

 

 

DIARIO DE PERNAMBUCO

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