Diante das sistemáticas contusões e dos também não raros desgastes físicos dos principais jogadores do Santa Cruz neste início de temporada, a maioria das peças do plantel já acabou ganhando chances de atuar. Entre os atletas corais, todavia, também há aqueles que, mesmo assim, ainda estão sendo subaproveitados pelo técnico Marcelo Martelotte até aqui. O treinador prega um discurso de que “todos terão oportunidades na hora certa”. Na prática, porém, a hora deles parece bem longe de chegar.
A dinamicidade do futebol os permitem sonhar com dias mais promissores. Mas os novos contratados do clube e as iminentes chegadas de outros reforços, que devem ser anunciados pela diretoria tricolor ainda neste mês, postergam ainda mais este grupo dentro do elenco. Jogar não será fácil. Daqui para frente, estes jogadores precisarão se desdobrar nos treinamentos e convencer o treinador a abrir-lhes algum espaço no time para, que sabe, poder até jogar uma Série A, daqui a dois meses. Mais. Precisam também “torcer” por ausências dos colegas que vêm sendo utilizados com mais frequência e que não mostram sinais que vão se desgarrar tão fácil da lista de preferidos de Martelotte.
Exceto os goleiros reservas, Miller, Fred e Edson Kölln, que sabem não vão jogar com muita frequência por causa do Tiago Cardoso, seguro neste cargo de confiança, os zagueiros Walter Guimarães e Neris, o meia Pedrinho Botelho e o atacante Ítalo Borges são os que esperam mais oportunidades no clube.
Veja os preteridos, com exceção dos goleiros reservas
Neris
Figura constante entre os titulares na campanha do acesso à elite, sendo titular por 15 vezes na Série B, perdeu espaço depois de ter sofrido duas contusões, ficando de fora da reta final do campeonato, quando o time entrou no G4 e se classificou para a Primeira Divisão. O zagueiro só fez uma partida em 2016. E só por causa de um desgaste físico do titular Alemão, que o fez entrar de frente no 4 a 2 sobre o América, no Arruda - pela terceira rodada do Campeonato Pernambucano. O jogador sempre teve desempenhos elogiados e, em amistoso contra o Botafogo-PB durante esta pré-temporada, fez o seu primeiro gol com a camisa do Santa Cruz. A chegada do rodado Leonardo, no entanto, deixou Neris mais esquecido. Está à frente apenas de Walter Guimarães pela disputa por uma vaga na zaga do Tricolor.
Pedrinho Botelho
Agenciado pelo mesmo empresário de João Paulo, Christian Mânica, com quem a diretoria tricolor mantém estreitas relações, o meio-campista de 23 anos chegou no início de janeiro com uma boa relação de custo-benefício e assinou contrato até dezembro deste ano, com prioridade de renovação para o Santa Cruz. Destaque do Paranaense de 2015 pelo campeão Operário-PR, o meia só permaneceu em campo pelo time coral por nove minutos. Tempo suficiente para cometer um erro crucial que lhe custou caro. Na etapa final do clássico frente ao Náutico, pela estreia do Pernambucano, recuou uma bola para o adversário. O Timbu aproveitou-se da falha dele e fez o segundo gol do triunfo por 2 a 0, na Arena Pernambuco. Desde então, Pedrinho Botelho não entrou em mais nenhuma lista de relacionados de Martelotte.
Ítalo Borges
Ainda com idade de categorias de base, o atacante foi contratado também por causa de indicação de empresário (no caso, Alexandre Luzz - o mesmo do ex-zagueiro coral Renan Fonseca, com passagem no Arruda entre 2013 e 2014 hoje no Botafogo). Aos 20 anos, Ítalo Borges não apareceu nem mesmo no banco de reservas em nenhum jogo do Santa. No dia da reapresentação do jogadores para a temporada 2016, por sinal, nem mesmo membros da comissão técnica e a assessoria de imprensa do clube haviam sido informados sobre a chegada do atleta, que participou da última Copa São Paulo de Juniores pelo Coritiba. Se já não tinha espaço, viu as suas chances de jogar minarem ainda mais na semana passada, quando ficou fora dos treinos por causa de um desgaste muscular.