Publicada em 07/03/2016 às 10h06.
Guinness dos Recordes: Fusca pernambucano pode ser o menor do mundo
Livro Guinness dos Recordes, em português - estampou em uma de suas páginas um simpático Fusca cor verde, ano 1969.

A edição de 1996 do antigo Guinness Book of Records - Livro Guinness dos Recordes, em português - estampou em uma de suas páginas a imagem de um senhor de óculos, cabelos grisalhos e estatura baixa, ao lado do seu xodó, um simpático Fusca cor verde, ano 1969. Evidente que naquela cena um fato incomum referendava a sua presença na publicação. A justificativa aparece na legenda, localizada logo abaixo do retrato: “O aposentado Paulo Jorge de Freitas, do Recife, Pernambuco, nos enviou uma foto do que seria o menor automóvel Fusca do mundo, de sua propriedade”. 

 

Apesar do aparente desgaste, o exemplar foi mais resistente ao tempo do que o até então chamego do ex-radiotelegrafista, envolvido numa venda casada com um Corsa Wind, outro veículo ao qual era proprietário, em meados de 2000. Porém, o desapego não durou mais do que o intervalo entre uma Copa do Mundo e outra. Quatro anos mais tarde, o alagoano radicado em Pernambuco, de 73 anos, decidiu reatar o relacionamento com o carro mais clássico da Volkswagem, mais uma vez prometendo fidelidade eterna e agora determinado a torná-lo ainda menor do que o “queridinho” anterior.


Entre o restabelecimento da união e o veredicto para reduzir o automóvel se passaram três anos. E a inspiração, por coincidência, surgiu em uma viagem à Alemanha, terra da fabricante do Fusca. “Tomei a decisão de diminuí-lo quando vi um Smart, mas eu sabia que era caro. Fotografei o veículo e, quando cheguei aqui, nasceu a vontade de encurtar meu carro ainda mais”, justifica Paulo Freitas, também motivado por um desafio no mínimo curioso. “Vi o norte-americano pegar o Fusca e transformá-lo em limusine. Então, pensei: ‘por que não fazer justamente o contrário?’. Foi aí que novamente amadureceu a ideia de fazer um veículo pequeno, para duas pessoas”. Achar algum profissional de lanternagem disposto a realizar o serviço, porém, era o problema.

 

Não queriam se responsabilizar por eventuais - e irreversíveis - danos ao auto. “Não acreditavam na ideia. Diziam que eu era doido, que não era pra fazer aquilo com o Fusca”, contou o aposentado, um fã incondicional de Pelé - conforme apresentou a Folha de Pernambuco, em Esportes, na última segunda-feira (29).


Ele começou a brincadeira de “cortes” em Fuscas no ano de 1990. O último deles foi realizado em 2007, numa oficina no município de São Benedito do Sul, na Zona da Mata do Estado. Serviços que sempre foram acompanhados de perto pelo proprietário, assim como um pai assiste ao nascimento do filho. O proprietário daquele Fusca, ano 1973, também era o projetista do futuro novo candidato a menor do mundo.

 

Tudo precisava ser calculado com o zelo de engenheiro, a fim de reproduzir no veículo o que foi traçado no desenho. Até achar o ponto ideal, no entanto, várias semanas de trabalho foram consumidas. Felizmente, a conclusão desta parte da obra saiu ao gosto do cliente: com 1,43 metro de altura, 2,70 metros de comprimento e 1,50 de largura o “Fuscão” do seu Paulo mudava a identidade, definitivamente, para “Fusquinha”. Ou apenas “Fuca”, conforme explica o aposentado. “No processo de licenciamento (ver box), o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) pediu para eu dar um novo nome ao veículo. Aí, como o carro ficou menor, tirei o ‘s’ do Fusca e o nomeei de ‘Fuca’”, comprova o senhor, apresentando o documento do veículo, também chamado carinhosamente de marreco, “cunhão” de elefante, ovo de papagaio e limãozinho.

 

Os apelidos em diminutivo ou referentes às particularidades dos animais estão relacionados ao tamanho do “Fuca”. A real dimensão do aperto no veículo, contudo, é percebida somente quando o passageiro ou motorista senta no banco. A sensação é de estar preso numa mala. Não há possibilidade para movimentos bruscos. Pernas e braços ficam levemente recolhidos. O acesso e saída de dentro do mini possante exige contorcionismo. Apenas duas pessoas de estatura média conseguem entrar no “limãozinho”. “Tem que ser ‘pequenininho’ e magro pra andar aqui comigo”, recomenda.


A principal companheira de viagem e passageira mais assídua do “fusquinha” é sua esposa, Marilaine. Só não sabe ainda se ela vai topar o próximo roteiro. “Tenho vontade de ir a São Paulo para visitar Nossa Senhora Aparecida”, deseja o aposentado, claro, depois de ver o seu “chamego” ser indicado como o menor Fusca do mundo. O registro do possível recorde já foi submetido ao Guinness World Records, que pede 12 semanas para analisar a marca.

 

 

 

 

 

FOLHA PE

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