O Mundo de hoje não é o mesmo que as mulheres viam quando celebravam pela primeira vez o gênero, em 1909, nos Estados Unidos. Não está mais tão atrasado quanto há algumas décadas. Mas ainda está longe do ideal. No Dia Internacional da Mulher, hoje, os desafios delas foram abrangidos em doze depoimentos à Folha de Pernambuco. Com exceção da jogadora de basquete Adriana Pinto, que é paulista mas adotou Recife como sua cidade, todas são pernambucanas. Elas alcançaram protagonismo na sociedade com competência, vencendo a noção de machismo ainda vigente.
Pelos relatos, o sentimento de culpa parece ser a primeira – e talvez principal - barreira que as mulheres precisam transpor. Trabalhar sem sentir que está faltando com a maternidade ou com os trabalhos domésticos. Ter o direito, inclusive, de não querer ser mãe ou esposa. Poder não ser jovem e atraente. Poder dizer “não” a depender da própria vontade. São desafios que somente as gerações mais recentes tiveram o privilégio de enfrentar.
A culpa é fruto de um olhar social que observa e julga a mulher diariamente. Esse olhar que se acha no direito de escolher o que ela faz. Mesmo que as 4,85 milhões de mulheres sejam maioria hoje dentro da população de 9,65 milhões de pernambucanos, de acordo com o IBGE. E que continuem sendo, ao menos pelos próximos 15 anos, quando serão 5,23 milhões em uma população de 10,112 milhões. Ainda assim, 200 mulheres solicitam medidas protetivas por mês na Delegacia da Mulher de Santo Amaro, na Zona Central do Recife, porque foram ameaçadas ou agredidas pelos companheiros, movidos por ciúmes.
As mulheres ganham hoje o que os homens ganhavam há dez anos e a diferença salarial entre gêneros é de cerca de 30%. O País é o segundo pior do mundo no tema, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento. São dados que mostram que o feminismo é mais uma das peças do malabarismo diário que as mulheres precisam fazer.
FONTE: FOLHAPE