O Arquivo Público de Pernambuco realiza nesta terça-feira (8) o seminário “Memória Ativa Debate”, a partir das 15h30. O evneto debaterá a Chacina de Salgueiro, ocorrido em 1985, na qual um oficial e quatro soldados da Polícia Militar mataram duas pessoas e feriram gravemente uma terceiro. A ideia é discutir questões de memória e violência.
O jornalista Chico José, o psicólogo social Sílvio Ferreira, o Gerente Geral de Articulação da SDS Manoel Carneiro, os advogados Manoel Moraes e Gilberto Marques e o Professor-Doutor em Comunicação Juliano Domingues estão entre os participantes.
“Memória Ativa Debate” é um novo espaço de debates e reflexão sobre as questões políticas, econômicas e sociais de Pernambuco.
“Todos os meses o Arquivo fará o resgate de um acontecimento relativamente esquecido não para remendar a história ou julgar de novo os envolvidos, mas para refletir sobre o que mudamos no nosso comportamento desde então e sobre o que precisamos fazer para que tais fatos não se repitam”, explica Evaldo Costa, gestor do Arquivo Público e coordenador geral do evento.
A escolha da Chacina de Salgueiro para ser o primeiro seminário da série se deve, segundo Evaldo Costa, à atualidade das leituras que podem ser feitas na analise da ocorrência. “É possível identificar de imediato vários níveis de intolerância, inclusive a homofobia. Além de questões profundas da psique humana e do que é o que deixa de ser sanidade mental”, explica Evaldo Costa.
O QUE FOI
A chacina de Sagueiro ocorreu em fevereiro de 1985. O capitão Hélio Ângelo dos Santos viajava para o sertão pernambucano, onde servia, quando percebeu que três passageiros faziam algazarra e aparentemente zombavam dele. Ao chegar a Salgueiro, determinou que o ônibus parasse na frente do Batalhão da FM, foi ao quartel e chamou todos os saldados que estavam de plantão, arrancou os passageiros dos seus assentos e, ao lado do veiculo, ordenou aos soldados que atirassem neles. Dois morreram na hora. O terceiro, o médico Renato Teixeira Lopes, foi baleado oito vezes – um dos tiros, inclusive, os agressores julgavam que tivesse sido de misericórdia -, mas sobreviveu até 2014.
FONTE: FOLHAPE