Nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos, as mulheres brasileiras conquistaram mais medalhas de ouro do que os homens. Em Pequim 2008, Maurren Maggi (salto em distância) e o vôlei feminino foram ao lugar mais alto do pódio, enquanto os homens conseguiram o feito apenas com Cesar Cielo (natação). Quatro anos depois, Sarah Menezes (judô) e novamente o vôlei ouviram o hino nacional, enquanto só Arthur Zanetti levou o título entre os homens.
Para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a expectativa é que as mulheres batam recordes. Em número de medalhas, as edições de 2008 e 2012 foram as mais positivas para elas, com seis pódios em cada. Para o Rio de Janeiro, é bem possível que esse número passe de uma dezena. Elas serão essenciais para que o Brasil atinja o objetivo de ser top 10 no quadro de medalhas.
ATRÁS DO TRI: FABIANA, THAÍSA, JAQUE E SCHEILA
O vôlei feminino do Brasil é o atual bicampeão olímpico. O ouro em Pequim 2008 veio com uma campanha perfeita, oito jogos, oito vitórias e apenas um set perdido. A conquista de Londres 2012 foi recheada de altos e baixos. Na primeira fase, duas derrotas quase eliminaram a seleção precocemente. Na sequência, o time embalou: venceu a Rússia nas quartas de final após salvar seis match points, passou pelo Japão na semi sem dificuldades, e derrotou as americanas na decisão.
Para os Jogos do Rio de Janeiro, quatro mulheres buscam o tricampeonato: Fabiana, Thaísa,Jaqueline e Sheilla. Nenhum atleta do país, seja homem ou mulher, tem três ouros no currículo.
MULHERES DE AREIA
O Brasil tem, atualmente, as duas melhores duplas do planeta. Larissa e Talita fazem o conjuntos mais técnico e que conquistou o título do Circuito Mundial no ano passado. Bárbara Seixas e Ágathanão ficam atrás: são atuais campeãs mundiais e presença constante no pódio em todas as etapas internacionais.
A festa só não poderá ser maior por conta do limite de duas duplas por país nos Jogos Olímpicos. No Campeonato Mundial do ano passado, por exemplo, o país fez ouro, prata e bronze, em um pódio 100% verde-amarelo.
MAIS ALTO
Fabiana Murer é a única pessoa brasileira com uma medalha de ouro em Campeonatos Mundiais de Atletismo a céu aberto. O título veio na competição de 2011, na Coreia do Sul. A atleta, que vai se aposentar após os Jogos Olímpicos, é a grande esperança de medalha do Brasil no atletismo, modalidade que passou em branco em Londres 2012.
Fabiana é atual vice-campeã mundial e tem no currículo três medalhas pan-americanas, um ouro e duas pratas, além de ter sido top 10 do ranking mundial nos últimos dez anos.
MAIS FORTE
O judô sempre foi uma ótima fonte de medalhas para o Brasil em Jogos Olímpicos. Até 2008, só os homens tinham ido ao pódio. Nas Olimpíadas de Pequim, Ketleyn Quadros levou o inédito bronze. Quatro anos depois, Sarah Menezes se tornou campeã olímpica e Mayra Aguiar conquistou o bronze. Para os Jogos de 2016, as mulheres são favoritas em pelo menos três categorias.
Érika Miranda, da categoria até 52kg, subiu ao pódio nos últimos três Campeonatos Mundiais. Mayra Aguiar, campeã mundial em 2014, está entre as primeiras colocadas do ranking na categoria até 78kg, assim como Sarah Menezes no peso 48kg. Não podemos esquecer também de Maria Suelen, vice-campeã do mundo em 2013 e 2014, e Rafaela Silva, campeã em 2013.
MAIS LONGE
Longevidade. Essa palavra pode resumir a carreira de Formiga, volante da seleção brasileira de futebol há mais de vinte anos. Com seis Copas do Mundo no currículo, a atleta está a caminho de sua sexta edição de Jogos Olímpicos.
Ao lado dela, claro, Marta, a melhor jogadora da história do futebol feminino, que busca o primeiro ouro do futebol brasileiro. Quem sabe essa conquista não venha com as mulheres no Rio de Janeiro, já que a equipe bateu na trave em 2004 (Atenas) e 2008 (Pequim). Nos dois casos, perdeu para as favoritas americanas na prorrogação.
DUAS MELHORES DO MUNDO
Uma das grandes novidades do Brasil no esporte olímpico nos últimos anos foi o handebol feminino. Em 2013, a seleção conquistou o Campeonato Mundial, vencendo a decisão contra a Sérvia, na casa das adversárias, no maior público de uma partida de handebol feminino na história.
Os destaques do time são Duda Amorim, eleita a melhor jogadora do mundo em 2014, e Alexandra, que ganhou o mesmo prêmio em 2012. Na equipe, também estão Ana Paula, uma das principais atletas do planeta em 2015 e Babi, melhor goleira do Mundial de 2013.
DOBRADINHA?
A primeira medalha da história do esporte olímpico feminino do Brasil foi marcante: veio no vôlei de praia, nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, quando Jaqueline e Sandra venceram a final de Monica e Adriana, protagonizando uma dobradinha verde-amarela. O feito pode se repetir no Rio de Janeiro, em Copacabana. Mas não só no vôlei de praia.
Nas águas abertas, Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto estão entre as melhores do planeta e são cotadas para o pódio. Os especialistas internacionais apontam como possível uma dobradinha brasileira.
VALE POR CINCO
Yane Marques é uma atleta que vale por cinco. Especialista no pentatlo moderno, a pernambucana tem no currículo a medalha de bronze nas Olimpíadas de 2012, em Londres, e o pódio nos Mundiais de 2013 (prata) e 2015 (bronze).
O esporte reúne cinco modalidades: atletismo, natação, tiro, esgrima e hipismo. O resultado nas cinco categorias são somados e os medalhistas são aqueles que somarem mais pontos.
BONS VENTOS
A vela brasileira teve como principal destaque nos últimos anos a dupla formada por Martine Grael eKahena Kunze, que competem na classe 49er. No Mundial de 2014, elas foram campeãs. Em 2013 e 2015, ficaram com a medalha de prata. Ou seja, são fortes candidatas ao pódio nos Jogos do Rio de Janeiro.
Além disso, Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, na classe 470, e a campeã do Pan de Toronto Patrícia Freitas, da classe RS:X, são cotadas para ir ao pódio.
SHOW DAS TALENTOSAS
Depois das Olimpíadas de Londres 2012, a expectativa para o futuro da ginástica feminina era muito ruim. A equipe havia ficado na 12º e última posição, e não tinha feito nenhuma final nas Olimpíadas.
Mas, duas talentosas ginastas estavam subindo para a categoria adulta e recolocariam a seleção no mapa da modalidade: Flavia Saraiva e Rebeca Andrade apareceram em competições das categorias de base em 2014 e, no ano passado, assumiram a titularidade da equipe principal. Flavia demonstrou, nos Jogos Pan-Americanos, que é uma das atletas mais graciosas do mundo. Já Rebeca passou por uma temporada complicada, lesionou o joelho, mas está de volta e irá representar o país no evento-teste, última chance do país garantir um lugar nos Jogos do Rio de Janeiro.
G1