Representantes de sindicatos rurais, 10º BPM e Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco realizaram, na manhã de quinta-feira (31/03), um evento na cidade de Joaquim Nabuco, Mata Sul do estado. O objetivo da reunião foi estabelecer um vínculo comunicativo entre fornecedores de cana-de-açúcar e trabalhadores rurais com a Polícia Militar, de modo a combater os altos índices de criminalidade na zona rural.
Para Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-açúcar de Pernambuco, é necessário estabelecer um diálogo permanente entre a população que vive do campo e a Polícia Militar para o combate à violência na região:
- “Temos assistido a um aumento assustador da onda de crimes na zona rural. Muitos fornecedores se queixam muitas vezes da chegada invasiva da PM em suas casas para revista e tudo o mais. Por isso, é preciso que a gente possa estabelecer um diálogo para que o povo do campo ajude as autoridades de maneira mais efetiva”, disse.
COMANDO GERAL DA PM
O Coronel Adalberto Freitas, Subcomandante Geral da Polícia Militar de Pernambuco, um dos convidados do evento, afirmou que a PM e o Governo do Estado estão cientes e atentos ao problema e que buscam, juntos, soluções para o impasse:
- “Para combater a violência na Zona Rural, desde o ano passado, o Comando Geral, juntamente com o governo do Estado, vem criando algumas alternativas, como a ampliação do CIOSAC (Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga) para o BEPI (Batalhão Especializado em Policiamento do Interior), tanto em Palmares quanto em Toritama.”, afirmou.
O coronel admite que o número de homicídios, sobretudo na Zona Rural, tem aumentado consideravelmente nos últimos dois anos, mas alega que a Polícia Militar, através do programa “Pacto pela Vida”, tem buscado estratégias pontuais para combater a violência:
- “Nós admitimos sim um aumento na criminalidade de dois anos para cá, mas temos feito avaliações contingenciais desses números e traçando estratégias de combate. Muito se dá também por conta da crise financeira e política que o país atravessa, com o desemprego assolando todas as regiões”, argumentou.
Ainda de acordo com o subcomandante, 400 policiais e dezenas de viaturas foram alocadas nessas novas unidades do BEPI, com a estratégia dar atenção especial à violência nas áreas rurais de difícil acesso.