Publicada em 02/04/2016 às 10h04.
Sertão e Agreste enfrentam seca histórica mesmo com chuvas
Dados da Apac mostram que chuvas superaram níveis de 2015 e 2014. Compesa vê esta como a maior crise hídrica de Pernambuco desde 1999.
Sistema de Bitury secou completamente; ele abastecia cidades do Agreste. (Foto: Compesa/Divulgação)
Sistema de Bitury secou completamente; ele abastecia cidades do Agreste. (Foto: Compesa/Divulgação)

Apesar do índice pluviométrico ter crescido no primeiro trimestre deste ano no Agreste e Sertão de Pernambuco, em comparação com anos de 2015 e 2014, o níveis dos reservatórios de água caíram mais do que nos anos anteriores. Os dados da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) mostram que, mesmo com o aumento da quantidade de chuva, a seca continua no seu quinto ano consecutivo no interior do estado.


A explicação para o aumento pluviométrico e a falta d'água em um mesmo período é, de acordo com o meteorologista da Apac Roni Guedes, que o grande volume de chuvas do primeiro trimestre de 2016 se concentrou apenas no mês de janeiro.  Então, quando foi feita a contabilidade do reservatório ao final de março, a quantidade de água superior que havia caido em janeiro já havia sido consumida, voltando a queda.


"Como janeiro não é um dos principais meses de chuva, por causa do El Niño o índice ficou acima da média quando comparado aos outros anos, em que março chove mais. Então, se em janeiro tivesse tido a alta do El Niño e em março chovesse bem, os reservatórios estariam com outra situação, mas o mês de março choveu abaixo do normal", explicou Guedes.


No Agreste choveu, de janeiro a março deste ano, 116% a mais que no ano passado. A capacidade de armazenamento de água da região é de 831 milhões de m³ - atualmente, o armazenado é de 11% desse total, enfrentando uma grave crise de abastecimento. As cidades de Belo Jardim, Sanharó, Tacaimbó e São Bento do Una serão abastecidas exclusivamente por carros-pipa a partir do dia 10 de abril, depois que os sistemas Bitury e Pedro Moura Júnior, que atendem a região, secaram totalmente.


De acordo com a Compesa, para garantir o atendimento pela rede de distribuição, foi estabelecido, no último ano, um rodízio que se tornou ainda mais rigoroso com a escassez de chuvas, sendo de apenas dois dias com água por mês. Companhia vê esta como a maior crise hídrica enfrentada pelo estado desde 1999.


Já no Sertão, o aumento pluviométrico foi de 65% em comparação com 2015: no ano passado choveram 168 mm, contra os 278 de 2016. No entanto, a situação se mostra ainda mais negativa para a região. A capacidade de armazenamento de água é de 1.991 milhões de m³, mas só está 3% do total atualmente, o que equivale a 53 milhões de m³.


Ainda segundo o presidente da Compesa, o abastecimento nos municípios de Itapetim e Brejinho, ambos no Sertão do Pajeú, que estavam há três anos sem abastecimento pela rede, será retomado. Segundo o presidente, são gastos R$ 2 milhões por mês para que os carros-pipa levem água as cidades.

 

G1

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