Publicada em 22/10/2020 às 09h13.
Estudo americano mostra como pandemia afetou saúde mental de atletas
Nas respostas, um em cada cinco relatou falta de motivação para treinar em meio às restrições impostas na pandemia.


                                                               Imagem: shutterstock


A pandemia do novo coronavírus (covid-19) acentuou a sensação de depressão e ansiedade de atletas profissionais de alto rendimento. A constatação é de um estudo realizado pela Universidade de Stanford (Estados Unidos) e pela plataforma esportiva Strava, que foi divulgado na última segunda (19).

O estudo “O impacto da covid-19 em atletas profissionais” analisou 131 esportistas (ciclistas, triatletas e corredores norte-americanos usuários da plataforma), que responderam a um questionário com 30 perguntas entre os dias 12 e 25 de agosto. Nas respostas, um em cada cinco relatou falta de motivação para treinar em meio às restrições impostas na pandemia.

Segundo a pesquisa, antes da covid-19, 3,9% dos atletas diziam se sentirem depressivos em mais da metade dos dias da semana. A partir de março, quando o novo coronavírus foi considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e as medidas de isolamento social tiveram início, essa porcentagem subiu para 22,5%.

Ascensão parecida se observa nas respostas sobre ansiedade. O estudo indica que, antes da pandemia, 4,7% dos esportistas relataram que se sentiam nervosos ou ansiosos durante mais da metade da semana. Após as restrições nas atividades para controle da covid-19, o número saltou para 27,9%.

“O estudo trouxe a clareza de que a covid-19 teve amplas implicações na comunidade atlética, particularmente quando se trata de saúde mental”, analisou o pesquisador clínico Megan Roche, candidato a doutorado em epidemiologia na Universidade de Stanford, em comunicado à imprensa divulgado pela Strava.

No mesmo comunicado, o médico Michael Fredericson, professor de Stanford e especialista em medicina esportiva, disse que as descobertas do estudo ajudarão a guiar as abordagens para maximizar a saúde de atletas de alto rendimento durante o período da pandemia.

“Agora temos claras evidências do dano que isso está causando em sua saúde mental. O estresse descontrolado pode diminuir a resposta imunológica do corpo, bem como prejudicar a capacidade de recuperação completa dos exercícios intensos. Precisamos fornecer recursos adicionais para ajudá-los a enfrentar esses desafios”, declarou Fredericson.

“Lembro que, na primeira semana [após o adiamento da Paralimpíada para 2021], a motivação estava meio que caindo. Na quinta para a sexta semana [de quarentena], já não estava com vontade de seguir a dieta. Porque é difícil. O atleta de alto rendimento está acostumado com uma carga de treino muito alta, então, do nada, você ter essa carga inteira e nada [de competição] para fazer por muito tempo, acaba sendo deprimente”, disse o nadador paralímpico Phelipe Rodrigues em entrevista à Agência Brasil publicada em julho.

Além da saúde mental, a pesquisa observou outros impactos da pandemia na rotina dos esportistas de elite, com o aumento na duração (31%) e na intensidade (17%) das sessões de treino. Ainda conforme o estudo, 12% dos entrevistados reportaram terem sentido sintomas da covid-19 e 8% revelaram que deixaram de se exercitar, pelo menos uma vez, por receio de estarem contaminados.

As atividades também se tornaram mais solitárias. Antes da covid-19, pouco mais de 91% dos atletas relataram que, pelo menos uma vez por semana, treinavam com um parceiro. Com as restrições sanitárias, esse número caiu para 68,9%. O percentual de esportistas que se exercitavam em grupo (uma vez a cada sete dias, no mínimo) também despencou na pandemia, de 39,7% para 11,6%.

“O primeiro semestre deste ano foi extremamente destrutivo para o esporte, com cancelamentos de eventos mundiais, incluindo a Olimpíada, e dezenas de maratonas. Entretanto, há indícios de que a comunidade esportiva está encontrando soluções para competir com segurança, incluindo a organização bem-sucedida do Tour de France e o crescente interesse por maratonas virtuais”, concluiu, em comunicado, o chefe-executivo da Strava, Michael Horvath.


FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO

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