Publicada em 28/04/2016 às 09h42.
Choque com embarcação pode ter matado peixe-boi no Litoral Norte de Alagoas
O bicho apresentava lesões sugestivas de choque por impacto.

A necropsia feita no peixe-boi Atol, encontrado morto na terça-feira (26) em São Miguel dos Milagres, aponta que o animal morreu por afogamento, possivelmente depois de ter sido atingido por alguma embarcação. O bicho apresentava lesões sugestivas de choque por impacto.


“Com o choque com a embarcação, o animal ingeriu quantidade significativa de água e areia, levando-o a óbito provavelmente por afogamento. Entretanto, para a confirmação final da causa mortis, será realizada uma averiguação mais detalhada dos pontos apresentados e do histórico do animal; espera-se nas próximas semanas termos resultados mais definitivos”, diz o laudo, assinado pela veterinária Fernanda Niemeyer, coordenadora nacional do Programa de Manejo para a Conservação de Peixes-boi.


No dia 16 de abril, a reportagem alertava justamente para os riscos que representam embarcações motorizadas e velozes, a exemplo de lanchas e motos aquáticas (jet skis), que circulam nas faixas de ocorrência do peixe-boi marinho na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, em Alagoas. Confira a reportagem clicando aqui.


Histórico

Atol foi resgatado pela primeira vez ainda filhote, em 2002, na praia do Mel, no Rio Grande do Norte e levado a então sede do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) na Ilha de Itamaracá (PE) para reabilitação. Em 19 de fevereiro de 2009 foi translocado ao cativeiro de aclimatização em Porto de Pedras/AL e no dia 12 de maio de 2010, solto na natureza.


Desde então, apesar de muitas vezes apresentar comportamento antropizado (interação com o ser humano), Atol mostrava uma boa adaptação após a soltura. Geralmente, utilizava a área de São Miguel dos Milagres como sítio de preferência até a Barra de Camaragibe, município de Passo do Camaragibe.


Por ter um perfil de animal adaptado e já estar solto há praticamente seis anos, não era mais monitorado com equipamento de radiotelemetria. Era submetido, entretanto, ao monitoramento presencial por meio da equipe do Programa Peixe-Boi.


Na manhã do dia 26 de abril, o animal foi encontrado morto na praia central de São Miguel dos Milagres e enviado à base do Programa Peixe-Boi/CEPENE na Ilha de Itamaracá. A necropsia foi realizada pela equipe do Programa Peixe-Boi em parceira com alunos do curso de medicina veterinária  da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).


Conforme o laudo, o animal apresentava um inchaço na região escapular direita, cujas lesões foram confirmadas durante a necropsia. Apresentava ainda uma perfuração próxima a esta região, entretanto o ferimento não atingiu os órgãos, apenas as camadas de pele, musculatura e gordura, não havendo correlação deste achado com o óbito.


“O animal apresentava problemas gastrointestinais que provocaram uma constipação, possivelmente por má absorção de alimento. No trato digestivo foi encontrado bastante alimento, entretanto não foi visualizado o capim agulha e nem algas; aparentemente apenas raiz do capim, fato que pode ter influenciado na má absorção”, aponta o laudo.


“Em função do quadro supracitado, o animal provavelmente vinha apresentando desconforto e com isso utilizando áreas mais rasas e com movimentação mais lenta. Com isso, passou a ficar ainda mais susceptível a ações antropogênicas (provocadas pelo homem). Apresentou, como dito, um inchaço na região escapular direita, com lesões sugestivas de choque por impacto, possivelmente ocasionada por embarcação”, resume o laudo.


Gazetaweb

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