Recifes de coral estão sendo afetados pela elevação da temperatura das águas do Atlântico Sul, no litoral alagoano.
A consequência imediata desta anomalia térmica é o branqueamento e a morte de colônias inseridas dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, maior Unidade de Conservação Marinha (UCM) do País e que se estende de Tamandaré (PE) a Paripueira (AL).
O branqueamento dos corais foi detectado durante incursões feitas, na semana passada, na costa de Maragogi. Estudo será replicado ao longo da APA, ainda este ano. O trabalho científico segue o protocolo da rede global (Reef Check) de monitoramento de recifes de coral.
O monitoramento é executado por pesquisadores e alunos do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Ceará (UFC), através do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), com apoio da Fundação Toyota do Brasil.
Nos quatro pontos estudados, a cerca de cinco quilômetros da costa, o branqueamento foi detectado. Embora o processo não seja considerado severo, é preocupante porque atinge espécies já ameaçadas de extinção e endêmicas do Brasil, a exemplo do Mussismilia harttii.
“O que estamos observando é um fenômeno de branqueamento que está associado a uma anomalia térmica: quando a temperatura encontra-se acima da média climática histórica, ou seja, estamos presenciando um aquecimento anormal das águas do Oceano este ano, devido à ocorrência do fenômeno do El Niño”, explicou a professora do Departamento de Oceanografia da UFPE, Beatrice Padovani Ferreira, que coordena a pesquisa.
GW