Arruda, 16 de abril de 2006. O Santa Cruz estreava no Brasileiro da Série A diante do Figueirense. Vivia um momento de euforia, por voltar à elite após passar quatro anos de fora. Arruda, 15 de maio de 2016. Dez anos depois, um período de ausência ainda maior, o Tricolor debuta novamente na elite do futebol nacional. Deixou para trás sofrimento e humilhações. Hoje, colhe as glórias. Vive um momento iluminado, vitorioso, um marco na história do clube.
Até a estreia deste domingo, no Arruda, às 11h, contra o Vitória, o Santa Cruz passou por uma tansformação. Do time que, em 2006, começou cercado de empolgação e terminou com um melancólico rebaixamento, o primeiro de uma série, pouco restou. O Tricolor vive uma nova era. Mais organizado, melhor planejado, crescendo também fora de campo. O momento é o melhor dos últimos anos. O torcedor está empolgado. A diretoria otimista. Os jogadores confiantes.
Mas é preciso encarar a realidade. E na Série A ela é dura, abrupta. A diferença financeira entre as equipes é grande. É preciso encontrar caminhos para superar essa distância. Organização. Dedicação. Trabalho. Tudo o que o Santa Cruz conquistou nos últimos anos, sua transformação como clube, serão colocados à prova. A Primeira Divisão é cruel. Não permite vacilo, tem um jogo difícil atrás do outro. O torcedor é imediatista. A cobrança vem à altura da expectativa criada.
O técnico Milton Mendes esteve na Série A em 2015. Dirigiu o Atlético-PR em 28 rodadas. Realista, ele ressaltou a importância de não se deixar levar pela empolgação do momento vivido pelo Santa Cruz. "Estamos num momento bom e temos a esperança de iniciar bem o campeonato. Mas é muito importante dizer que não adianta achar que, por que ganhamos a Copa do Nordeste e Pernambucano, vamos sair ganhando de todo mundo", comentou o treinador, deixando clara qual será a pretensão do time no campeonato. "É a manutenção".
A aposta de Milton Mendes na Série A é manter um Santa Cruz compactado, com marcação forte e saída de bola em velocidade. É assim que o time jogou à reta final do Pernambucano e Copa do Nordeste. Resta saber como vai reagir perante equipes de maior qualidade técnica. "Gosto de aliar um bom posicionamento com saída rápida e posse de bola. É o que procuro priorizar", revelou o treinador, que tem dois desfalques para a estreia. João Paulo segue fora e Lelê também não poderá atuar, ambos machucados. Wellington Cézar deve permanecer no time, enquanto o recém contratado Fernando Gabriel e Wallyson brigam pela outra vaga.
Ficha do jogo
Santa Cruz
Tiago Cardoso; Vitor, Neris, Danny Moraes e Tiago Costa; Wellington César, Uilliam Correia, Keno, Fernando Gabriel (Wallyson) e Arthur; Grafite. Técnico: Ednelson Conceição (interino)
Vitória
Fernando Miguel, José Wlison, Victor Ramos, Ramon e Diego Renan; Amaral, Marcelo e Leandro Domingues; Alípio (William Henrique), Vander e Kieza. Técnico: Vágner Mancini
Estádio: Arruda
Horário: 11h
Árbitro: Pablo dos Santos Alves (PB)
Assistentes: Fabio Pereira (TO) e Esdras Mariano de Lima Albuquerque (AL)
Diario de Pernambuco