Há 16 anos a engenheira química e pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Christine Lamenha, estuda o poder que a bactéria Bacillus thuringiensis israelensis tem para matar as larvas do mosquito Aedes aegypti. Agora, o estudo vai ganhar um reforço de R$ 199 mil. Isso porque ela integra a lista de 21 pesquisas que vão receber um suporte da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) no combate ao mosquito transmissor do vírus da zika, chikunguny e dengue.
“É uma bactéria que é capaz de produzir cristais tóxicos específicos às larvas do Aedes aegypti. A larva se alimenta dessa toxina e essa toxina causa a letalidade desta larva em até 24 horas”, explica a pesquisadora.
Facilmente encontrada no solo, os pesquisadores conseguiram desenvolver, no campus em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do estado, a bactéria com a toxina em duas versões, em pó e na forma líquida. A ideia é jogar essa biolarvicida nos possíveis focos do mosquito. “O grande desafio é fazer com que esse produto seja produzido em larga escala, de forma a ser aplicado em maiores quantidades de criadouros”, comenta Lamenha.
A expectativa é que o biolarvicida seja testado nas comunidades até o fim deste ano. “Está faltando agora uma maior articulação com a comunidade para, justamente, disponibilizar o que a academia gera para que essa eficácia aconteça na sociedade, nas comunidades”, pondera o engenheiro de alimentos e também pesquisador da UFPE, Leandro Finkler.
A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) aprovou 21 pesquisas no edital de combate ao vírus da zika. Com recursos da ordem de R$ 3 milhões a serem investidos nesses projetos, os “Estudos e Pesquisas para Políticas Públicas Estaduais – Apoio Emergencial para o Estudo do Vírus Zika” contemplam desde o enfrentamento do vetor até o desenvolvimento de plataformas inteligentes de monitoramento.
G1