Publicada em 14/01/2022 às 08h20.
Veja quem foram os membros do governo federal que mais gastaram em viagens em 2021
Em 2021, os gastos da União com diárias e passagens subiram 35,18%.


Foto: Ed Alves/CB/D.A Press


Em meio à polêmica provocada pelo decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL) que liberou a classe executiva para ministros e servidores em viagem, dados do Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU), mostram que essa despesa voltou a crescer. Em 2021, os gastos da União com diárias e passagens subiram 35,18%. O avanço ocorre após o recuo de 58%, em 2020, devido à crise provocada pela pandemia da Covid-19.


As despesas com diárias e hospedagens de funcionários federais somaram R$ 733,3 milhões no ano passado. Em 2020, os gastos foram de R$ 542,6 milhões e, em 2019, de R$ 1,3 bilhão. As viagens domésticas responderam por 91% dos gastos totais; os 9% restantes foram com as internacionais.


O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) liderou o volume de gastos com viagens em 2021, respondendo por 50,75% do total. A pasta desembolsou R$ 299 milhões, volume 3,3 vezes superior ao do segundo ministério mais gastador, a Defesa, que respondeu por R$ 89,5 milhões.


Procurado, o MJSP informou que 96,49% desses gastos correspondem ao deslocamento do pessoal de segurança pública, como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional. "Investimentos em viagens vão desde o deslocamento em ações policiais até práticas administrativas e técnico-periciais, conforme previsto na Lei nº 11.473, de 10 de maio de 2007, que dispõe sobre a cooperação federativa no âmbito da segurança pública, que possibilita a atuação integrada dos órgãos, em apoio aos estados e ao Distrito Federal", informou a pasta.


A lista dos 20 servidores que mais gastaram com viagens em 2021 tem dois ministros e um secretário especial do Ministério da Economia. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, foi o campeão de gastos em 2021, totalizando R$ 279,8 mil em despesas com deslocamentos ao exterior. Procurada, a pasta não comentou o assunto até o fechamento desta edição.


Em segundo lugar no ranking ficou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com gasto total de R$ 258,5 mil nos deslocamentos ao exterior. Ele também tem presença no Top 10 de viagens nacionais. Procurada, a pasta informou que o ministério cuida de vários assuntos essenciais para a economia, tem muitas empresas e órgãos vinculados, e o ministro acaba tendo que viajar bastante para acompanhar obras e outros compromissos que o cargo exige. "A alta direção do ministério precisa estar atuando, supervisionando ou conduzindo iniciativas de toda ordem, muitas delas, de forma presencial", informou.


Agendas

O terceiro lugar da listagem ficou com o assessor do Ministério das Comunicações Cleverson Oliveira Silva. A pasta informou que o funcionário é fotógrafo e viaja com o ministro Fábio Faria para registrar as agendas e compromissos. "Ele é o único funcionário da equipe da Assessoria Especial de Comunicação do ministério a acompanhar o ministro em todas as viagens."


Nos deslocamentos nacionais, o destaque ficou com o Ministério da Educação, que, respondendo por pouco mais de 4% dos gastos totais em 2021 (R$ 22,4 milhões), tem o diretor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Paulo Cesar Fagundes Neves, no topo da lista dos 10 servidores que mais gastaram no deslocamento doméstico. Ele recebeu R$ 150,1 mil em pagamentos por viagens. Procurada, a pasta não comentou o assunto.


O secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, ocupa a quinta colocação da lista das viagens nacionais. Da Costa informou que as viagens estão relacionadas ao compromisso de campanha do governo, de "Mais Brasil, menos Brasília". "Temos feito, desde o início do governo, a 'Mobilização pela Produtividade e Emprego', em que reunimos em cada estado todo o setor produtivo com lideranças políticas, governamentais e associativas, para promovermos mudanças no nível subnacional", explicou.


O secretário-geral da Organização Contas Abertas, Gil Castello Branco, lamentou o retrocesso do governo em permitir viagens executivas para servidores, porque vai na contramão da austeridade fiscal. "Em um momento em que a pandemia está recrudescendo, a situação econômica não é favorável, e as contas públicas estão se deteriorando, o presidente parece preocupado apenas com a cúpula do funcionalismo", disse. Além disso, muita coisa pode ser feita on-line.


Veja a lista dos servidores que mais gastaram com viagens no ano passado


Viagens nacionais (em R$ mil)

Nome - Valor total - Valor recebido das viagens em diárias


Paulo Cesar Fagundes Neves - 150,1 - 42,7


Bento Costa Lima Albuquerque Júnior-  149,0 - 20,7


Raphael Camara Medeiros Parente - 138,3 - 40,4


Juliana Beatriz Pinheiro da Silva - 130,4 - 122,0


Carlos Alexandre Da Costa - 127,4 - 17,6


Robson Santos da Silva - 119,1 - 30.4


Adriana Oliveira e Silva - 114,7 - 28,1


Cicero Fabrini Dias de Oliveira - 112,7 - 85,4


Emmanuelle Moreira Brasil - 108,3 - 108,3


Pedro Ronald Maranhão Braga Borges - 108,1 - 29,2


Viagens internacionais (em R$ mil)


Nome - Valor total - Valor recebido das viagens em diárias


Marcos Rosas Degaut Pontes - 279,8 - 154,0


Bento Costa Lima de Albuquerque Júnior - 258,6 - 109,9


Cleverson da Silva Oliveira - 238,8 - 112,4


José Ricardo de Meneses Rocha - 189,4 - 100,7


Vagner Piedade Garcia de Araújo - 180,1 - 71.4


Marcelo Paz Saraiva Câmara - 172,5 - 101,9


Luciano Ferreira de Sousa - 169,8 - 88,6


Rafael Augusto Luisi de Oliveira - 169,4 - 96,6


Bertha de Melo Gadelha Abreu - 163,0 - 76,6


Maria Estella Dantas Anonichelli - 162,7 - 85,6



FONTE: DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

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