Os servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE) vão continuar de braços cruzados. Pelo menos é o que afirma o presidente do Sindicato dos Servidores (Sindetran-PE), Alexandre Bulhões, em entrevista ao Jornal do Commercio. Mesmo ciente da multa diária de R$ 30 mil, estipulada pela Justiça, caso não retomem os trabalhos em 24 horas, ele garantiu que ninguém trabalhará nesta sexta-feira (17), conforme decisão judicial.
Ainda de acordo com Bulhões, até a manhã desta sexta-feira (17), o sindicato irá recorrer da decisão do desembargador Eduardo Augusto Paurá Peres, que determinou que os servidores voltassem a trabalhar no prazo de 24 horas.
Apesar da decisão julgar a greve ilegal por ter sido deflagrada em menos de 48 horas, conforme versa a lei de greve (nº 7.783/89), bem como o prejuízo na arrecadação para o Estado, Bulhões alega que "usaram justificativas (para a ação) totalmente erradas".
O presidente do sindicato também diz que o que estaria por trás dessa ação seria a Procuradoria Geral do Estado (PGE), responsável por ajuizou a ação, que alegou reivindicações por parte do sindicato que não correspondem à realidade: "quando se fala em 27% de reajuste de salário ou R$ 600 de vale-refeição, por exemplo, se trata de um ideia, uma sugestão, calcada em perdas acumuladas, não um ponto reivindicado", explicou Bulhões, para emendar: "Só queremos que o Governo cumpra o que prometeu em 2016", finalizou. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi procurada, mas afirmou que não irá comentar a opinião do presidente do sindicato.
Caso o Governo do Estado se disponha a conversar, afirmou Bulhões, a greve será suspensa de imediato. O Detran-PE foi procurado, mas até a publicação desta matéria não respondeu às solicitações.
Iniciada nessa segunda-feira (13), a paralisação dos serviços do Detran é motivada pelo não cumprimento do acordo firmado em 2016, que tinha, dentre os pontos combinados, a contratação emergencial de um plano de saúde.
JC Online