(Reprodução da internet)
Médicos de Pernambuco descobriram que a chikungunya, uma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, pode provocar outros tipos de transtornos.
A assistente administrativa Magda Galvão teve chikungunya há um ano e ainda sente dores por causa do inchaço nas pernas: “Eu não consigo ainda subir escada com segurança. Eu fico andando de bengala e serviço de casa eu não consigo fazer”.
Ela foi acompanhada por médicos do Hospital das Clínicas do Recife em um estudo que concluiu que a chikungunya é uma doença inflamatória crônica que pode causar problemas linfáticos irreversíveis, como dor e inchaço. Além das consequências mais comuns, Magda teve também um dos distúrbios mentais que os médicos associam à chikungunya: “Depressão, muita depressão. Uma angústia muito grande. Mesmo quando eu vinha trabalhar, sentia isso. E a gente fica impossibilitado de sair porque nem aguenta as dores e nem pode se calçar”.
Os médicos apontam duas causas para a depressão em pacientes com chikungunya. Uma delas é o isolamento. Muitos perdem o convívio social porque não conseguem sair de casa com dores no corpo. A outra seria um fator fisiológico. Os psiquiatras suspeitam que o vírus cause inflamação no cérebro e isso pode provocar quadros depressivos, uma situação comum em doenças inflamatórias.
“Ela pode ocasionar quadros psiquiátricos das quais a depressão e a ansiedade são o mais frequente. Mas nós também atendemos pacientes com quadros psicóticos e convulsionais”, explica a psiquiatra Kátia Petribú.
“Até então o conhecimento era que a chikungunya causava reumatismo. Então, você identificar que ela causa problemas nos vasos linfáticos pode permitir que você escolha um outro tipo de tratamento para melhorar a vida dessas pessoas”, afirma o médico Esdras Marques, chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do HC.
G1