Uma ordem de despejo foi emitida contra famílias camponesas que vivem no Engenho Fervedouro, no município de Jaqueira, na Zona da Mata de Pernambuco. No início da tarde desta terça-feira (17), os moradores do local foram surpreendidos com a presença de um Oficial de Justiça, o qual determinou uma multa de R$ 500 por dia caso eles permaneçam no terreno.
Contra esta ação, uma comissão de posseiros se encaminharam ao Fórum do município de Catende, acompanhada de agentes da CPT, para tentar evitar que se cumpra a liminar. Conforme informou a Comissão Pastoral da Terra (CPT), no local moram 45 famílias, resididas nas terras há mais de 60 anos.
O processo, originado por empresários arrendatários da área, descreve os camponeses como ocupantes recentes no imóvel. Segundo informações da CPT, as famílias, que totalizam uma média de 180 pessoas, “estão sendo tratadas como integrantes do Movimento Sem Terra (MST)”, o que não corresponde ao histórico apresentado pelos moradores do engenho.
“O terreno foi arrendado para empresários da agropecuária, que trabalham com gados e cultivo. Mesmo tendo o livre direito de utilizar o local, há um dono a quem pertence as terras”, destaca a assessora do CPT.
Ainda de acordo com a CPT, os camponeses trabalharam por anos com o cultivo de cana-de açúcar, e hoje sustentam a família através do seu próprio cultivo, com plantação própria e a comercialização do que é colhido.
JC