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Carolina Arruda, 27 anos , sofre da "pior dor do mundo" / Foto: Arquivo Pessoal.
A estudante de Medicina veterinária Carolina
Arruda, de 27 anos, que viralizou ao compartilhar seu desejo de buscar a
eutanásia na Suíça após mais de 10 anos lidando com “a pior dor do mundo”, se
recupera da segunda etapa da cirurgia que tenta amenizar os sintomas
da neuralgia do trigêmeo, um diagnóstico raro que afeta cerca de 4,3
pessoas a cada 100 mil e é conhecido por causar a dor.
Respondendo a comentários e dúvidas de seus seguidores nas
redes sociais, porém, um detalhe pequeno não passou despercebido.
Enquanto estava internada, Arruda mostrou que suas unhas estavam pintadas com
cores escuras, mesmo tendo passado por um procedimento cirúrgico e
estar internada. “Menos no dedinho (mindinho) ”, respondeu ao seguidor.
Em entrevista ao Globo, o cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel explicou que não é recomendado entrar na internação, cirurgia ou até mesmo na enfermaria com qualquer tipo de acessório, como unhas esmaltadas, cílios ou unhas postiças, colares, brincos, e joias por conta da segurança do paciente.
— Primeiro que levamos em conta é o perigo de contaminação ou infecção daquele paciente. Há um material estranho no corpo dele entrando em uma área extremamente suscetível a infecções. Não sabemos o histórico daquele objeto, se há fungos, bactérias, por onde passou, quais foram os produtos utilizados, a origem daquela tinta, por exemplo — explica o médico.
Um segundo ponto importante para o especialista é a questão do oxímetro, objeto que é colocado no dedo do paciente para medir a oxigenação no sangue. Segundo Atique, se a unha está pintada, corre o risco de o dispositivo não avaliar corretamente o nível do oxigênio.
— O paciente precisa ser monitorado o tempo inteiro se a oxigenação falha, isso infringe a segurança da pessoa. Não existe flexibilidade. Desde uma unha pintada, até o uso de piercing, todos são corpos estranhos que podem colocar a segurança da pessoa em risco e deve ser retirado — diz.
Se o paciente for alérgico a algum medicamento, ou a alguma substância encontrada no hospital, como anestesia, anti-inflamatórios as unhas pintadas também podem ajudar a aumentar o risco alérgico.
— Entretanto, o que eu considero mais perigoso dentre todos é que muitas vezes no ambiente hospitalar de modo geral, podemos utilizar um bisturi elétrico para fazer pequenos cortes e cauterizações que ocorre por corrente elétrica. A presença de qualquer corpo estranho ou material que possa transmitir energia elétrica, pode causar queimaduras severas no paciente, em qualquer parte de seu corpo — explica Atique.
FONTE: FOLHA PE.