A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) abriu um processo administrativo contra Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol). A decisão foi formalizada por Mariana Cavalcanti de Sousa, corregedora-geral da SDS, órgão responsável pela segurança pública no governo de Raquel Lyra.
Sob a liderança de Áureo Cisneiros, o Sinpol tem sido um crítico fervoroso da gestão de Raquel Lyra, realizando constantes protestos que têm incomodado a governadora em suas agendas institucionais e políticas. Em resposta à abertura do processo, o sindicato emitiu uma nota repudiando a medida, classificando-a como uma tentativa de intimidação contra suas ações reivindicatórias.
Na nota, o Sinpol afirma que a atitude do governo Raquel Lyra fere diretamente direitos fundamentais como a liberdade de associação, expressão e negociação coletiva, além de enfraquecer a proteção dos trabalhadores da segurança pública. O sindicato também ressalta que essa é a segunda vez que Áureo Cisneiros é alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) durante o governo atual, apesar da imunidade sindical e de uma decisão favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O sindicato também destaca que a abertura deste novo PAD ocorreu logo após o Sinpol ter solicitado à Assembleia Legislativa de Pernambuco uma investigação sobre os números de homicídios divulgados pelo governo para o mês de julho. O Sinpol acusa o governo de utilizar a Corregedoria como instrumento de repressão e de desrespeitar a atividade sindical.
Apesar das tensões, o Sinpol reafirma seu compromisso de continuar lutando por mais segurança pública e pela valorização e estruturação dos policiais civis. Como parte dessa mobilização, o sindicato realizará, nesta quarta-feira (21), em Caruaru, mais uma ação reivindicatória.