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O juiz da Vara Única de
Tabira, João Paulo dos Santos Lima, determinou, nesta quarta-feira (19), que as
corregedorias das polícias Militar e Civil de Pernambuco investiguem a conduta
dos agentes envolvidos na prisão e condução do casal suspeito de estuprar e
matar o menino Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, em Tabira, no Sertão do
estado.
Antonio Lopes Sever, mais
conhecido como “Frajola”, acabou morrendo depois de ter sido arrancado da
viatura e linchado pela população, em uma cena que rodou o país desde a última
terça-feira (18). De acordo com o magistrado, os órgãos deverão investigar
alegações de violência e omissão policial.
Junto com ele, também foi
capturada Giselda da Silva Andrade, também suspeita do caso, escapou do
linchamento, mas apresentou marcas de ferimentos na nuca e no peito.
No laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), o qual o Diario de Pernambuco teve acesso, está descrito que a suspeita tem um machucado roxo na região torácica com presença de cinco estrias paralelas, semelhante a lesões que ocorrem em casos de tapa.
O laudo ainda destaca que ela apresenta um pequeno ferimento no couro cabeludo.
“Diante da alegação de
violência policial praticada pelos agentes do Estado contra a custodiada, o
fato deve ser rigorosamente apurado pelas instâncias correcionais, observado o
devido processo legal e seus consectários”, determina o juiz João Paulo.
Ainda na decisão, foi
registrado que o mandado de prisão do casal foi cumprido por policiais do 23ª
Batalhão da Polícia Militar e do Batalhão Especializado de Policiamento do
Interior (BEPI), bem como por policiais civis. Todos serão investigados.
“Comunique-se às corregedorias
da Polícia Militar e da Polícia Civil para regular apuração das alegações de
violência policial, e eventuais condutas omissivas no tocante à custódia da
presa e do custodiado falecido em decorrência de linchamento público”, destaca
o juiz na decisão.
Após presenciar o linchamento do companheiro, Giselda precisou ser encaminhada sob sigilo para a carceragem da Delegacia de Arcoverde. Ela passou por uma audiência de custódia por videoconferência e ficará presa de forma preventiva.
FONTE: DIARIO DE PERNAMBUCO.