Aplicativo FGTS / Foto: Divulgação.
O governo Lula (PT) deve
anunciar nos próximos dias a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço) para trabalhadores que foram demitidos e não conseguiram acessar os
recursos na rescisão após optarem pelo saque-aniversário.
A medida, que está sendo
discutida internamente, deve beneficiar aqueles que, ao escolherem essa
modalidade, perderam a possibilidade de resgatar todo o saldo do FGTS em caso
de demissão sem justa causa. A informação foi confirmada pela Folha de S. Paulo.
A gestão petista ainda está
avaliando a melhor forma de encaminhar a proposta. Entre as alternativas está a
possibilidade de uma medida provisória, mas esse caminho gera resistência no
Congresso. Ainda não há definição sobre se o acesso à rescisão será permitido
apenas para trabalhadores que já perderam o emprego ou se a medida também
abrangerá os futuros demitidos.
O saque-aniversário, criado
pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em 2020, permite ao trabalhador sacar uma
parte do saldo do FGTS anualmente. No entanto, ao optar por essa modalidade,
ele perde a possibilidade de retirar o valor total do FGTS em caso de demissão
sem justa causa, com uma quarentena de dois anos para que o saldo restante seja
acessado. O governo Lula pretende liberar esses recursos bloqueados para quem
já foi demitido e não pôde acessá-los devido à regra do saque-aniversário.
Um integrante da equipe
econômica informou à Folha de S. Paulo que a transição para a liberação dos
valores levará em conta a situação de bloqueio dos dois anos. De acordo com o
diagnóstico da Fazenda, muitos trabalhadores optam pelo empréstimo consignado
com o saldo do saque-aniversário sem conhecimento da regra e acabam buscando
judicialmente o acesso aos recursos.
O governo acredita que a
liberação do FGTS pode reduzir a pressão futura sobre o fundo, já que os
trabalhadores terão mais acesso ao crédito consignado no novo modelo que será
lançado em breve, sem precisar antecipar parcelas do saque-aniversário aos
bancos.
Em dezembro de 2024, dados mostraram que dos 38,5 milhões de trabalhadores que haviam aderido ao saque-aniversário, 24 milhões haviam feito empréstimos com garantia no valor a ser recebido no futuro, um processo conhecido como antecipação do saque-aniversário. O dinheiro bloqueado para esses empréstimos continuará na conta do FGTS.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL.