O presidente do Náutico, Bruno Becker, convocou para a manhã da segunda-feira (28) uma coletiva de imprensa nos Aflitos para falar sobre a SAF do clube. A expectativa é que mandatário explique como vem acontecendo os processos nas negociações pela SAF alvirrubra com o Consórcio Timbu, grupo interessado na compra.
Vale lembrar que no último dia 1º de abril, o Náutico havia enviado questionamentos do Conselho Deliberativo para os investidores da SAF, referente à proposta vinculante enviada no dia 28 de fevereiro. Desde então, o Consórcio Timbu tinha 10 dias úteis para responder o solicitado e promover mudanças na proposta, porém o prazo foi excedido e o clube ainda não obteve retorno.
Devido ao volume de questionamentos e indicações de mudanças na proposta pelos conselheiros, as negociações para a compra da SAF do Náutico foram esfriadas por parte dos investidores. Existe a possibilidade de a coletiva desta segunda-feira anunciar o encerramento das negociações junto ao Consórcio Timbu e abrir o Náutico para novas propostas, já que clube e investidores vinham em processo de exclusividade nas negociações.
Proposta vinculante do Consórcio Timbu
A proposta recebida pelo clube alvirrubro prevê a compra de 90% das ações da SAF, com um valor estimado de investimento no futebol de, no mínimo, R$ 400 milhões pelos próximos 10 anos. Investimentos também serão feitos para pagamento de dívidas e melhorias estruturais, nos Aflitos e Centro de Treinamento, em um valor estimado em R$ 250 milhões. Além do futebol profissional, as categorias de base, o futebol feminino e o futsal também serão englobados.
Entre os membros que fazem parte do Consórcio Timbu está o pentacampeão do mundo, Cafu. Ex-Capitão da Seleção Brasileira estará junto com o ex-jogador do Náutico Fransérgio e Thiago Ribeiro, ex-presidente do Estoril de Portugal, como os nomes de maior experiência no futebol. Grupo também conta com investidores com experiências financeiras.
No entanto, a Comissão de Projetos Estruturantes do Conselho Deliberativo do Náutico expressou uma série de dúvidas sobre a viabilidade financeira do projeto e a capacidade dos investidores.
Entre os principais questionamentos está a falta de garantias quanto aos aportes financeiros. Embora a proposta mencione um orçamento de R$ 400 milhões, a comissão destacou que o valor não inclui correções monetárias ao longo dos anos, o que poderia comprometer o poder de compra do montante no futuro. Além disso, segundo a comissão, a proposta contempla o uso da receita do clube para compor o orçamento, mas sem garantias de aportes anuais por parte dos investidores.
Os conselheiros também lançaram dúvidas sobre a inclusão do patrimônio do clube e também sobre o processo de pagamento das dívidas. o foi vista como uma solução vantajosa para o Náutico, pois não traria benefícios financeiros imediatos.